A operação “Rede Limpa”, anunciada pela Prefeitura de Campo Grande como uma ação histórica para organizar a fiação aérea do Centro, acabou se transformando em um exemplo de falha de planejamento e desarticulação entre setores essenciais da administração pública.
Conduzida pela Secretaria de Articulação Regional (SEAR) em parceria com a Energisa e outros órgãos, a iniciativa foi executada sem a participação das áreas de tecnologia do município e do estado, justamente as responsáveis por toda a rede de comunicação, câmeras, internet pública e infraestrutura lógica. A ausência desse acompanhamento técnico produziu um efeito cascata de danos.
Conforme denúncia feita ao TopMídiaNews, durante a remoção de cabos, equipes cortaram fibras ópticas ativas, o que resultou na queda total das câmeras de segurança do Centro, na interrupção do sinal do Conecta Campo Grande e na desorganização de mais da metade dos armários de telecomunicações da região. Dos 91 armários da área central, 62 ficaram fora de operação, e agora será necessário refazer cerca de 80% da rede, causando prejuízo as empresas e aos usuários.
Apesar disso, a prefeita Adriane Lopes (PP) celebrou nas redes sociais a retirada de 15 mil metros de cabos irregulares, afirmando que a ação traz “organização, segurança e cuidado”. O discurso, porém, não condiz com a realidade, já que moradores da região ficaram sem fornecimento de internet, comprometeu a segurança do Centro, paralisou serviços como dos Bombeiros e gerou custos extras para consertar o que foi destruído.
Embora a narrativa oficial destaque eficiência e parceria técnica, os fatos revelam o contrário. “Diante disso, não é possível classificar a operação como bem-sucedida, pois ela ocorreu sem a participação técnica indispensável da área de tecnologia. A Agência Municipal de Tecnologia teve de ser acionada posteriormente para realizar fusões de cabos de fibra ótica rompidos, reorganizar armários de telecomunicações e levantar os danos para restabelecer a rede em todo perímetro”, disse o denunciante, que preferiu não se identificar por medo de represálias.
A reportagem procurou a prefeitura para falar sobre o assunto, mas até a publicação desta matéria não teve resposta. O espaço segue aberto para manifestações futuras.









