Ex-ministro José Dirceu (PT), sindicalistas e autoridades clamaram, nesta sexta-feira (15), pelo retorno da ferrovia conhecida como ‘’Malha Oeste’’, que cruza Mato Grosso do Sul. Na Capital Morena, o petista estima que reativação da linha férrea traria ainda mais desenvolvimento para MS.
Durante o evento, José Dirceu destacou que a volta do trecho férreo deve otimizar o escoamento da produção do Estado, reduzindo custos logísticos, além de ser estratégica para a Rota Bioceânica, ligando o Brasil aos portos do Pacífico. O debate foi proposto pela vereadora Luiza Ribeiro.
Em um dos trechos da fala, o ex-ministro do Governo Lula observou que a ferrovia propicia escoamento dos produtos brasileiros para o Chile, banhado pelo Oceano Pacífico e que chega até o mercado asiático.
''A Ásia é um dos mercados mais promissores do mundo. São três bilhões de pessoas que podem receber nossos produtos’’, comentou o petista. Demais autoridades, como o ministro da carreira diplomática e coordenador nacional dos Corredores Rodoviário e Ferroviário Bioceânicos, João Carlos Parkinson de Castro, também falaram no plenário da Câmara.
Deputados federais e estaduais também acompanharam audiência (Foto: CMCG)
Diversos convidados citaram a problemática da queda da utilização de ferrovias no País. Dirceu destacou que que há diversos meios para conseguir investimento para a retomada do circuito.
''Temos o BNDES... temos o Fomplata'', detalhou José ao citar que empreendimentos grandes como esse não são feitos com recursos orçamentários. Também foi dito que a área governamental é que deve ser responsável pela infra e supra estrutura da obra e a iniciativa privada entra com a operação.
Zeca do PT, outro defensor da volta da ferrovia, comentou que o mais importante para criar ou reativar uma ferrovia é a quantidade de mercadorias a passar pelo trecho. Vander Loubet, deputado federal, prometeu dar visibilidade ao tema e falou sobre o escoamento do minério na região de Corumbá, inviável por hidrovia e muito propício ao transporte ferroviário.
Pelo Sindicato dos Ferroviários da Noroeste do Brasil, um dos organizadores do evento, falou Roberval Duarte Placce. Ele explicou que, atualmente, há apenas 70 km da ferrovia sendo operado, com menos de 150 ferroviários atuando.
Malha Oeste
A Malha Oeste é uma ferrovia de 1.973 km que conecta Mairinque (SP) a Corumbá (MS). Conforme a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a infraestrutura da Malha Oeste, incluindo sua via permanente, encontra-se depreciada.
Durante anos, trouxe o site da Câmara, a atual concessionária realizou investimentos em patamares insuficientes para a sua manutenção, o que acarretou perda da capacidade de transporte. O Tribunal de Contas da União não aceitou a repactuação, proposta pela empresa Rumo, que está responsável pela concessão atualmente. Desta forma, abre-se caminho para a ferrovia ser relicitada.
