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Política

05/10/2016 11:08

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Trinta anos após ser nomeado, Marquinhos cobra transparência em cargos da Assembleia e TCE

Ele foi pressionado pelo deputado Beto Pereira, para explicar as denúncias feitas por Athayde Nery

O deputado estadual e candidato Marquinhos Trad, do PSD, usou a tribuna da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e propôs a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para fazer um levantamento de todos os servidores que foram  e estão lotados nos gabinetes da Assembleia e do Tribunal de Contas do Estado, desde 1986 até o momento. Curiosamente, o mesmo ano em que o próprio deputado foi nomeado pelo pai para cargo na Casa de Leis, onde foi efetivado poucos anos depois.

A declaração ocorreu nesta terça-feira (4), após o candidato a prefeito de Campo Grande denunciar que 'opositores' foram até o Rio de Janeiro, para falar com ex-colega de turma, para saber se o mesmo frequentava as aulas, ao mesmo tempo em que Marquinhos foi nomeado na Assembleia Legislativa. 

No primeiro turno, o candidato foi denunciado pelo candidato derrotado Athayde Nery, do PPS, por supostamente ser funcionário fantasma no período de seis meses, antes de terminar a faculdade de direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro. No período, já era comissionado na Casa de Leis. A questão foi levantada novamente, mas desta vez, pelo deputado estadual Beto Pereira, do PSDB. 

No entanto, antes de falar sobre o caso, Marquinhos denunciou uma suposta manobra política. "Hoje recebi um telefonema do Rio de Janeiro, em que tentaram comprar um depoimento de um amigo, mandaram uma equipe de televisão lá da cidade, para saber se eu era bom aluno e se estudava lá naquela época", denunciou. Marquinhos ainda afirmou que apesar de ter perdido o contato com a turma, o advogado entrou em contato primeiro com o seu irmão, Fábio Trad, e logo depois o ligou relatando o fato. 

"Eles queriam saber se era bom aluno, se frequentava as aulas e ainda se apresentaram como se fossem marqueteiros do meu programa. Queriam que ele desse um depoimento em que eu fosse um aluno exemplar e que frequentava todos os semestres da faculdade. Ele disse que não iria falar antes sem falar comigo. Então, está escrito e consumado", afirmou. 

Antes de fazer a denúncia, o deputado Beto Pereira trouxe o assunto e questionou Marquinhos, pedindo para que ele esclarecesse o episódio relacionado a denúncia feita por Athayde. "Gostaria de fazer uma pergunta, a sociedade precisa de uma reposta", iniciou. "Existe uma dúvida que vossa excelência trouxe, o lapso temporal, o senhor formou no curso em dezembro de 86 na UFRJ. Mas em junho foi nomeado na ALMS, do mesmo ano. Em seis meses, o senhor não frequentou a faculdade do Rio de Janeiro", questionou. 

Logo depois, Marquinhos justificou que, nesse período 'puxou matérias' para concluir o curso. Porém, não esclareceu exatamente, de que forma essas matérias foram puxadas. Marquinhos ainda afirmou que optou por fazer desta forma, em razão de sua esposa ter ficado grávida. "Com isso eliminei várias matérias", afirmou.
 
CPI 
Após 'esclarecer' o episódio, Marquinhos ainda sugeriu que para 'higienizar' as supostas denúncias, afirmou que enviaria a Casa de Leis, um requerimento para fazer um levantamento com todos os nomes de servidores tanto do ALMS quanto do TCE, lotados em gabinetes. 

"Eu tenho a frequência assinada e se ela for falsa, o presidente vai ter responder, a mesa diretora vai ter responder isso e a diretora do recursos humanos. Tenho fotografia, que veio de um funcionário chamado Gaeta, filho de ex-deputado Gaeta. Eu era lotado no gabinete da presidência, e tinha capacidade jurídica", explicou. 

Ao final, ainda se defendeu: "nunca recebi dois salários e quero inclusive o ponto de vereador que foi bem votado, aonde era lotado nesta Casa, era funcionário e não recebia? Quero a lista de todos. Vou propor a CPI e quero ver quem vai assinar", finalizou. 

Veja os vídeos da sessão de ontem sobre o caso: 

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