Após enfrentar o diagnóstico tardio de uma pancreatite aguda, a jovem Luara Pereira Oliveira Alencar, de 21 anos, viveu dias que pareciam não ter fim. Mãe de primeira viagem, ela passou 21 dias internada na UTI (Unidade de Terapia Intensiva), intubada, com drenos nos pulmões e lutando contra uma infecção silenciosa. No último dia 30 de agosto, ela reencontrou seu bebê, o pequeno Miguel, de apenas 2 meses, emocionando amigos, familiares e até mesmo os médicos e enfermeiros que a cuidavam no Hospital da Cassems, em Campo Grande.
A história de Luara começou com sintomas que pareciam simples: dores abdominais, desconforto, ansiedade. “Em duas idas ao médico, os diagnósticos não passaram disso: ansiedade, gases e, em uma das consultas, a média suspeitou que ela estava com uma pneumonia silenciosa, sem qualquer confirmação nos exames e chegamos a pedir para ela fazer uma ressonância, mas a médica disse que era desnecessário”, contou a mãe de Luara, Thais Marcelli ao TopMídiaNews.
Mas Luara piorou consideravelmente na madrugada do dia 6 de agosto, ela retornou ao hospital, pálida, fraca e sem conseguir andar. Desta vez, a jovem precisou entrar na unidade de saúde em uma cadeira de rodas direto para a emergência. Na manhã do dia seguinte, após muita insistência da família, exames de sangue e tomografia apontaram o diagnóstico certo, sendo uma pancreatite aguda, provocada por cálculos biliares.
Devido a gravidade do caso, Luara foi imediatamente transferida para a UTI. Passou por uma cirurgia, foi intubada, tendo um derrame pleural e precisando de drenos em ambos os pulmões. No decorrer do tratamento, como de costume em pacientes com essas condições, o corpo da jovem inchou, fazendo ela engordar mais de 35kg por conta da inflamação interna causada pela doença.
“Ficamos cada vez mais preocupados, ela respirava com ajuda de oxigênio de alto fluxo. Mas os médicos foram sinceros com a gente, dizendo que haviam feito que poderia ser feito. Agora, era preciso esperar o corpo reagir. Ela ficou dias sem comer, sem beber água. Foram 21 dias de medo e oração. Tínhamos medo de perder nossa menina”, conta a mãe bastante emocionada.
Aos poucos, Luara começou a reagir. Foi extubada, passou a respirar sozinha e, com muita dificuldade, começou a se recuperar. Já no quarto, passou por uma cirurgia para retirada da vesícula. Agora, terá um longo caminho de reabilitação, pois precisa reaprender a se alimentar, fazer fisioterapia e acompanhar de perto a saúde.
Mas o momento mais esperado aconteceu no dia 30 de agosto: o reencontro com o pequeno Miguel, seu primeiro filho, nascido no fim de junho. Afastada do bebê desde que foi internada, Luara recebeu a visita dele acompanhada por uma psicóloga e pela equipe médica.
“Foi emocionante. Ela estava deitada, fraca, mas os olhos brilhavam ao ver o filho. Um mês e meio longe dele. Ela saiu de casa para o hospital recém-saída de uma cesárea. Nem havia tido tempo de viver o início da maternidade, e de repente estava lutando para sobreviver.”
Hoje, a família celebra a vida e agradece a todos que estiveram ao lado deles. A rede de apoio foi essencial: desde o cuidado com o bebê, até a presença constante de familiares e amigos que se revezavam no hospital e nas orações. “Somos gratos. Não temos palavras. A medicina salvou, sim, mas foi Deus quem sustentou. Nossa menina está viva, e Miguel vai crescer sabendo o quanto a mãe dele lutou para estar aqui”, finaliza Thais.
Assista o momento do reencontro:









