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Campo Grande

há 1 mês

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Com problema na coluna, mãe de jovem assassinado faz rifa para pagar advogada

Ela luta por justiça ao filho morto pela vizinha com tiro há cinco meses

  • O adolescente foi morto com um tiro no olho pela vizinha no dia 2 de setembro
  • O adolescente foi morto com um tiro no olho pela vizinha no dia 2 de setembro
  • O adolescente foi morto com um tiro no olho pela vizinha no dia 2 de setembro

Sem poder trabalhar devido a um problema na coluna, Sirlene Soares de Castro, de 37 anos, está fazendo uma rifa para arcar com os honorários da advogada criminalista que cuida do processo do filho Wandré de Castro Ferreira, de 17 anos, assassinado a tiro em setembro do ano passado.

O adolescente foi morto com um tiro no olho pela vizinha no dia 2 de setembro. Ela alega que o tiro foi acidental. Agora, a família de Wandré luta para que a mulher seja julgada por porte de arma e homicídio doloso, ou seja, quando há intenção de matar. 

No entanto, com problemas de saúde e um pai debilitado por sequelas de um AVC (Acidente Vascular Cerebral), Sirlene não consegue trabalhar e depende exclusivamente de auxílio do governo. Ela espera há nove meses pela análise do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para conseguir se aposentar.

"Faço tratamento para controle de dor crônica, por conta de uma lombociatalgia complexa e cervicobraquialgia que possuo. São doenças que afetam minha coluna, me impedem de qualquer esforço físico, de ficar em uma mesma posição por muito tempo e me causam muitas dores", explica.

Sirlene entrou com o processo para afastamento em maio de 2023 e, desde então, dependia da renda de Wandré, que recebia benefício assistencial à pessoa com deficiência (BPC/LOAS). Ele possuia a doença de Legg-Calvé-Perthes, uma condição que afeta a articulação do quadril.

Com a morte do adolescente, além do filho, ela perdeu a única renda da qual dependia para sustentar os filhos até a aposentadoria. Sirlene buscou o auxílio do Bolsa Família, foi morar com o pai e depende da renda para pagar os honorários da advogada.

"O dinheiro que eu pego do Bolsa Família, eu mando para advogada. Porém, esse mês deu uma apertada, porque, devido ao meu psicológico, como eu não estou mais no apartamento onde perdi meu filho, estou morando com meu pai de 80 anos, que teve um AVC e eu que estou cuidando", afirma.

Ela explica que chegou a buscar a defensoria na luta por justiça ao filho, mas diz que o caso não recebeu atenção. Sirlene então, buscou uma advogada particular para tratar do processo.

"Estava confiando muito na Defensoria Pública. Não esperava que precisaria de advogado. Minha família foi destruída, não é justo deixar a mulher que matou meu filho impune. Ela ser condenada por homicídio culposo, pegar só três anos, cumprir um terço da pena e sair", afirma indignada.

Com depressão, devido à, todos os problemas que sofre, Sirlene resolveu fazer uma vaquinha e uma rifa para arcar com os honorários. Segundo ela, o medo é que a advogada saia do caso devido à falta de pagamento.

A rifa sorteará o valor de R$ 100,00 via PIX assim que toda a cartela com 100 nomes disponíveis for preenchida. O valor é R$ 20,00 e o sorteio deverá ocorrer por meio de um grupo que criará com todos os participantes.

Para quem queira ajudar de outra forma, há também uma vaquinha virtual que realizou com o mesmo objetivo. A ideia da família é alcançar o valor de R$ 15 mil reais necessários para quitar a dívida advocatícia.

A vaquinha pode ser acessada pelo link https://www.vakinha.com.br/4253213. Para participar da rifa ou para mais informações, o número para contato é (67) 99266-8697.

O caso

A mãe afirma que Wandré e a suspeita de 45 anos não tinham nenhum relacionamento, e ela não faz ideia dos motivos para o homicídio. A mulher teria chamado a vítima para ir até a casa dela durante a madrugada do dia 2 de setembro, no condomínio Jardim Canguru, em Campo Grande.

“Ela é minha vizinha do bloco. Não sei porque ocorreu isso. Não tínhamos desavenças, nem nada. De dia ainda, o meu filho mais velho foi ajudar ela a trazer as sacolas compras do mercado. E o Wandré também ajudou. Quando foi umas 22h30 eu coloquei meus filhos para dentro de casa e ele deitou na sala porque estava fresquinho. Até onde fiquei sabendo, uma das filhas mais velhas dela chamou ele para ir até lá”, conta Sirlene.

Ela afirma que acordou por volta das 2h40 da madrugada com a filha mais velha da vizinha batendo fortemente em sua porta para avisar do ocorrido. “Ela disse: ‘tia não briga com minha mãe. Ela atirou sem querer no seu filho. Foi um tiro por acidente’. Aí eu corri e vi os filhos dela na sala e o meu filho caído sangrando no quarto dela”.

Wandré foi encontrado no chão do quarto da suspeita, ferido com um tiro no olho. “E eu gritei para chamar o Samu e os bombeiros. E essa mulher virou para mim e disse que não era para chamar nada. Mesmo assim eu peguei o celular e chamei a polícia, chamei tudo”, disse a mãe.

O Corpo de Bombeiros foi ao local e constatou o óbito. Segundo Sirlene, a vizinha foi presa em flagrante e ficou dizendo o tempo todo que o tiro foi acidental. A arma do crime foi recolhida pela Polícia e o corpo encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal).

“Eu não escutei barulho de tiro e nem nada. Ela fez a casinha, levou o meu filho para o quarto e matou meu filho. O meu coração diz que ele ficou sabendo de alguma coisa errada dela e ela o matou. Meu filho não era envolvido com coisa errada. O pessoal gostava muito dele. Ele estava fazendo jovem aprendiz, estudava a noite. Ele era uma criança maravilhosa. Ele não tinha rixa com ninguém”.

A autora do tiro é mãe de quatro filhos. Ela possui passagens por tráfico de drogas e já foi presa como membro de quadrilha do tráfico.

"O Wandré era maravilhoso. Eu fui pai-mãe, criei sozinha, dei a educação que pude dar, sempre trabalhando para não deixar faltar nada para ele. Mesmo com a deficiência que tinha, isso nunca o proibiu de trabalhar. O único defeito dele era não saber dizer não para as pessoas. Desde então, não tem um dia que eu não chore. Minha vida desandou, meu mundo caiu. Acho que só estou nesse mundo mesmo para lutar por justiça e devido aos meus outros filhos", conclui.

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