O atendimento odontológico está suspenso em 29 unidades de saúde de Campo Grande devido à falta de compressores funcionando. A informação foi divulgada pelo Conselho Municipal de Saúde (CMS), que enviou um ofício à Secretaria Municipal de Saúde cobrando medidas urgentes e explicações sobre a paralisação dos serviços.
De acordo com o documento assinado pelo coordenador Jader Vasconcelos, a interrupção total dos atendimentos compromete a continuidade do cuidado, a saúde pública e o direito constitucional de acesso universal aos serviços do SUS (Sistema Único de Saúde).
O CMS afirma que o Governo do Estado repassou, em janeiro de 2024, mais de R$ 4 milhões para Campo Grande por meio do Programa Estadual Reestrutura APS, destinado à reposição e compra de equipamentos para a Atenção Primária, incluindo compressores e cadeiras odontológicas.
Quase dois anos depois, segundo o Conselho, a compra dos equipamentos ainda não foi realizada, e várias unidades continuam sem condições mínimas de funcionamento. O órgão aponta que isso descumpre o objetivo do programa e coloca a rede em situação crítica.
Ao final, o Conselho pede prestação de contas e cronograma para que as ações sejam realizadas, como prazo oficial para a compra dos novos compressores; extratos bancários da conta que recebeu os recursos estaduais; informações sobre valores usados, empenhados e não empenhados; lista das unidades com atendimento suspenso e datas de início da paralisação; documentos que justifiquem o atraso na execução do recurso.
O Conselho estabeleceu prazo de 10 dias úteis para que a Prefeitura responda.
CRO-MS confirma denúncias e diz que problema se agravou
O Conselho Regional de Odontologia de Mato Grosso do Sul (CRO-MS) também divulgou nota oficial confirmando que tem recebido denúncias de consultórios inoperantes, equipamentos quebrados e falta de insumos nas unidades de saúde de Campo Grande.
Segundo o órgão, há 1 ano e meio equipes de fiscalização percorrem unidades da Capital, e relatórios já foram enviados ao Ministério Público e à Prefeitura. Parte das irregularidades resultou na abertura de inquéritos civis, que seguem sem conclusão.
O CRO-MS afirma que o número de consultórios paralisados aumentou e que a falta de manutenção representa risco à continuidade dos serviços públicos e à biossegurança de profissionais e pacientes.
Enquanto isso, a população segue sem atendimento. A nota do Conselho Regional reforça que a população tem direito a um atendimento seguro e contínuo, e que os profissionais precisam de condições adequadas de trabalho.
A reportagem procurou a Prefeitura de Campo Grande, mas até a publicação desta matéria não teve resposta. O espaço segue aberto para manifestações futuras.









