Há dois anos, a aposentada Elessandra Cruz dos Santos, de 51 anos, ganhou uma nova chance de viver, por meio de um transplante de coração, realizado em 2023. Entretanto, a oportunidade está ameaça por complicações pós-cirúrgicas, insuficiência renal, osteoporose, e uma batalha diária para garantir os remédios que mantêm sua vida.
Aposentada por invalidez e ganhando por volta de R$ 940, ela relata que entrou com um pedido de quatro medicamentos pela Casa da Saúde em Campo Grande, sendo que dois são utilizados para evitar a rejeição do órgão transplantado. Porém, a unidade alega que os fármacos estão em falta.
“Eu não tenho condições de comprar, já dependo de outros remédios que eles dizem ter pelo SUS [Sistema Único de Saúde], mas quando vou ao posto só encontro dipirona ou metformina”, relata.
O pouco valor pago pelo benefício ainda precisa ser dividido entre as contas da casa, como água, luz, alimentação e arcar com parte da medicação. O irmão, com quem divide a casa, está desempregado após fraturar o tornozelo. “Graças a algumas pessoas tenho arroz e feijão, mas sei que precisava de uma alimentação melhor para me recuperar. Só que minhas condições não permitem”, desabafa.
Sem resposta
Elessandra ainda recorda a dívida contraída antes do transplante, quando precisou adaptar sua residência para viver ligada a um coração artificial. “Tive que fazer empréstimos, pois dependia 100% de energia elétrica. Depois ainda precisei morar em São Paulo por muito tempo, porque não tinha onde ficar durante o tratamento”.
A mulher segue tentando retorno da Casa da Saúde, mas o órgão segue dando negativas. “Entro em contato com eles para saber quando tem medicação, se tem como a gente pegar em outro lugar ou conseguir comprar mais barato, e eles dizem não”.
Elessandra teme pela própria vida. “Eu estou sem remédio, não tenho como comprar. Venho lutando há tanto tempo e posso perder porque não consigo me manter financeiramente”, afirma.
Além dos comprimidos, ela depende de uma injeção a cada seis meses, garantida apenas após ação judicial. “Imploro por ajuda de qualquer órgão que possa me socorrer. Só quero continuar lutando”, diz, emocionada.
A reportagem tentou contato com a Casa de Saúde que orientou o repasse da cobrança a SES (Secretaria de Estado de Saúde).
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