Uma gestante perdeu o bebê no 3° mês de gestação e diz ter sido vítima de várias negligências médicas no Hospital da Santa Casa de Campo Grande. Segundo ela, uma junção de fatores resultou na morte do feto e complicações sérias de saúde.
Amanda, que preferiu ter apenas o primeiro nome divulgado, relatou ao TopMídiaNews que procurou a unidade hospitalar diversas vezes com fortes dores abdominais, mas foi repetidamente medicada e liberada, sem investigação mais aprofundada dos sintomas.
“Sempre me davam remédio e mandavam embora. Faziam o toque e diziam que era cólica normal de gestação. Mas não era. A minha filha já estava morta dentro da minha barriga”, contou ela com um tom de pesar na voz.
A jovem detalhou que mesmo indo ao hospital por vários dias seguidos com dores persistentes, os profissionais não solicitaram exames mais detalhados e se limitaram a aplicar medicamentos. Só após insistência do companheiro, os médicos realizaram um exame mais específico e constataram que o feto estava sem batimentos cardíacos há mais de três semanas. “Foi só aí que me internaram. Ainda assim, inicialmente quiseram me mandar embora porque eu não estava com sangramento. Mas eu não aceitei”, afirmou.
Curetagem mal realizada e infecção grave
Após a internação, Amanda passou por um procedimento de curetagem (também conhecido como "amio") para retirada do feto. No entanto, o procedimento não foi bem-sucedido e parte dos restos fetais permaneceram no útero.
Essa falha gerou uma infecção grave que se alastrou pelo corpo. “Fiquei com uma bactéria muito forte. Começou do lado de fora e atingiu meu útero. Depois passou pra minha corrente sanguínea.”
Devido à infecção, Amanda sofreu uma parada cardíaca e precisou ser reanimada com uso de desfibrilador e massagem cardíaca. Após o susto, os médicos realizaram uma nova curetagem para tentar conter a infecção. “Foi uma sequência de erros. Eles não me ouviram, não levaram minha dor a sério. Eu poderia ter morrido. E perdi minha filha.”
Amanda afirma que decidiu tornar pública sua experiência para alertar outras mulheres grávidas sobre seus direitos. Segundo ela, muitas gestantes não sabem que têm o direito de exigir exames, atendimento digno e atenção adequada.
“Minha filha não foi planejada, mas foi muito desejada e eu estava esperando por ela, mesmo que com pouco tempo de gestação. Eu quero que outras mulheres saibam que, se sentirem algo errado, precisam cobrar. Não deixem acontecer o que aconteceu comigo.”
Ela reforça a importância de procurar ajuda médica, mas também de questionar diagnósticos superficiais, especialmente durante a gestação.
Em resposta ao caso, a Santa Casa informa que, todas as pacientes atendidas pelo serviço do hospital seguem integralmente o fluxo de atendimento, que inclui a classificação de risco e a avaliação médica. As pacientes que apresentam indicação para exames permanecem em observação pelo tempo necessário, sendo posteriormente liberadas ou encaminhadas para internação, conforme a necessidade de cada caso.









