O motoentregador Wesley Augusto Coelho Lopez, de 32 anos, está internado desde a última sexta-feira (19) no CRS Tiradentes, em Campo Grande, aguardando regulação para um hospital de referência após quadro grave de infecção no fixador externo da bacia.
Segundo a esposa, Regiana Aparecida da Silva Pereira, de 27 anos, o marido sofreu um grave acidente de trânsito no dia 11 de julho, na Avenida Nelly Martins, quando perdeu o controle da motocicleta e bateu em um poste. Wesley passou por cirurgias na Santa Casa e precisou colocar um fixador na região da bacia, mas devido a uma infecção avançada precisou ser hospitalizado novamente.
"No dia do acidente não tínhamos noção da gravidade. Depois descobrimos que ele quebrou a bacia, quebrou o braço e teve uma perfuração no intestino. Ele ficou 18 dias internado na Santa Casa, sendo 6 dias entubado na UTI e 12 na enfermaria, em observação", conta.
Após a cirurgia, Wesley precisou colocar um fixador externo na bacia, que permanece ligado ao osso. "Ele está debilitado, não consegue sentar, não fica em pé, é só deitado. Conseguimos uma cama hospitalar por doação, para que ele pudesse pelo menos comer e beber sem forçar o quadril", detalha a esposa.
No entanto, cerca de 15 dias após o procedimento, ele passou a reclamar de fortes dores na região. "Ele sentia muita dor do lado direito, onde está o fixador. Insisti bastante até conseguir levá-lo para o atendimento, mas o retorno com o ortopedista só está marcado para 24 de outubro. Como não dava para esperar, procuramos o UPA e depois ele foi encaminhado para o CRS Tiradentes", explica.
O que inicialmente parecia apenas um desconforto evoluiu para um quadro preocupante. No raio-X, os médicos disseram que há uma infecção no final da haste do fixador, no osso. "Isso é muito grave, porque pode comprometer a mobilidade dele. A médica chegou a dizer que existe risco de amputação. Não é isso que queremos, por isso estamos pedindo ajuda e uma vaga novamente no hospital".
De acordo com ela, os exames de sangue também indicam piora do quadro. "Na sexta-feira já deu alteração, mostrando infecção. No sábado, o resultado foi ainda pior, ele teve febre de 39 graus e está cada vez mais debilitado. Já são mais de 48 horas internado sem nenhuma posição da Santa Casa, e a gente fica sem saber o que vai acontecer", lamenta.
A esposa conta ainda que a mãe de Wesley busca apoio da Defensoria Pública para tentar acelerar o processo.
Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) negou detalhes do caso com base na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), apesar de a legislação não prever restrição quando há consentimento expresso do paciente. Veja:
A Sesau informa que todos os serviços de consultas, exames e atendimentos prestados à população seguem protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS), que estabelecem critérios de priorização com base em urgência, gravidade e disponibilidade de recursos.
Em cumprimento à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), bem como ao princípio constitucional da inviolabilidade da intimidade e da vida privada, a Secretaria Municipal de Saúde não fornece informações individualizadas sobre pacientes à imprensa ou a terceiros, ainda que de forma indireta.
Qualquer informação sobre o estado de saúde, atendimento ou regulação será prestada exclusivamente ao próprio paciente ou quem legalmente seja responsável pelo mesmo de forma segura e de acordo com os critérios legais vigentes.
A Sesau recomenda que o paciente se dirija até a sua unidade de referência para acompanhar o andamento de suas demandas, ou acesse os canais oficias de relacionamento com o público:
• Ouvidoria SUS – 0800 314 9955 / (67) 3314-9955
• Portal da Ouvidoria: https://ouvidor.saude.gov.br/public/form-web/registrar
• Central 156









