A paciente Geyciane Portilho da Silva, de 33 anos, está internada desde segunda-feira (18) na UPA Moreninhas, em Campo Grande, aguardando uma vaga para um hospital para realizar cirurgia. Segundo a família, ela sofre com pedra no rim que obstruiu o órgão e não consegue urinar.
De acordo com a irmã, Greyce Portilho da Silva, Geyciane passou mal no domingo (17) e procurou atendimento na unidade, onde foi liberada com pedido de exames. Após realizar a ultrassonografia, retornou na segunda-feira (18), quando os médicos constataram a gravidade do caso e a internaram.
Desde então, a paciente espera há quatro dias pela transferência. Segundo a família, o motivo alegado é que os hospitais da cidade estão lotados e não há previsão para abertura de vaga.
A irmã relata que nos primeiros dois dias a paciente chegou a ficar sentada em uma cadeira por falta de cama. No terceiro dia conseguiu um leito na sala de isolamento, mas logo foi retirada para dar lugar a outro paciente em estado mais grave, voltando para a cadeira.
"Ela não consegue urinar, por isso colocaram uma sonda. Mas como está na cadeira, isso pressiona a barriga e as dores ficam ainda piores", explicou Greyce. Nesta sexta-feira (22), uma maca foi disponibilizada para a paciente, mas a transferência para hospital ainda não ocorreu.
A família também reclama da falta de estrutura na unidade. "Na UPA não tem nem lençol, tivemos que levar um de casa hoje", disse a irmã.
Devido à demora, Greyce informou que procurou a Defensoria Pública e ingressou com pedido judicial na quarta-feira (20), para garantir a transferência da irmã para um hospital com condições de realizar a cirurgia. Até o momento, o pedido não foi atendido.
Enquanto isso, Geyciane segue internada, com fortes dores, dependendo de vaga hospitalar para que o procedimento cirúrgico possa ser realizado.
Em nota, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) negou detalhes do caso com base na LGPD, apesar de a legislação não prever restrição quando há consentimento expresso do paciente.
Veja:
A Prefeitura informa que todos os serviços de consultas, exames e atendimentos prestados à população seguem protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS), que estabelecem critérios de priorização com base em urgência, gravidade e disponibilidade de recursos. Em cumprimento à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), bem como ao princípio constitucional da inviolabilidade da intimidade e da vida privada, a Secretaria Municipal de Saúde não fornece informações individualizadas sobre pacientes à imprensa ou a terceiros, ainda que de forma indireta.
Qualquer informação sobre o estado de saúde, atendimento ou regulação será prestada exclusivamente ao próprio paciente ou quem legalmente seja responsável pelo mesmo de forma segura e de acordo com os critérios legais vigentes.
A Sesau recomenda que o paciente e/ou familiar se dirija até a sua unidade de referência para acompanhar o andamento de suas demandas, ou acesse os canais oficias de relacionamento com o público:
• Ouvidoria SUS – 0800 314 9955 / (67) 3314-9955
• Portal da Ouvidoria: https://ouvidor.saude.gov.br/public/form-web/registrar
• Central 156









