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Campo Grande

21/02/2024 17:00

Sem sinal de cirurgia, mãe está desesperada com medo de perder filho cardiopata

Família recebeu ajuda de várias pessoas, mas cirurgia ainda está indefinida; caso foi parar na Justiça

Sebastiana Aparecida Domingues Medina, de 47 anos, está desesperada sem saber mais o que fazer para ajudar o filho cardiopata. Há seis meses em Campo Grande, lutando pela vida do filho Deivid Ribeiro Domingues Medina, de 15 anos, ainda não há sinal de cirurgia.

O adolescente possui um problema de coração, descoberto após sofrer um começo de AVC enquanto estava na escola, ainda em Corumbá, onde moravam. Depois, descobriu-se que ele tem uma condição cardíaca que coloca sua vida em risco.

Sem pensar duas vezes, em busca de tratamento adequado para o filho, Sebastiana veio para Campo Grande com ele, o marido e o pai dela, um idoso de 91 anos, e que também tem problemas de saúde. 

Já na Capital, ela descobriu que a vida do filho está em risco, caso ele não faça a cirurgia no coração. Caso fosse fazer o procedimento cirúrgico por meios particulares, seria necessário desembolsar R$ 102 mil, e, ainda, caso fosse necessário utilizar uma UTI com ventilação mecânica, caso houvesse intercorrência, mais R$ 17 mil.

Como não dispõe desses recursos financeiros, a mãe tenta obter a cirurgia por meio da Justiça. Em busca de ajuda, Sebastiana conseguiu uma advogada que se dispôs a representá-la em sua luta pelo filho.

Sebastiana entrou com um pedido de tutela liminar em caráter de urgência contra a Prefeitura de Campo Grande. O pedido foi analisado e deferido pela juíza que entendeu a necessidade do tratamento médico-hospitalar imediato.

Em janeiro, a prefeitura recebeu a intimação para a realização da cirurgia e teve um prazo de até 17 dias para marcar o procedimento, porém, isso não aconteceu. O advogado então pediu o sequestro de recurso para a decisão ser cumprida. A família aguarda agora o despacho da juíza.

Enquanto aguarda que a decisão seja cumprida e que o filho consiga a cirurgia urgente que necessita, a família sofre com a incerteza e agonia da espera. O tempo passa e a saúde de Deivid fica cada vez mais debilitada.

"Meu filho quase todo dia tem crises de falta de ar, tem dor no peito. Eu tenho medo de perder meu filho. Eu não consigo dormir com esse desespero. Ontem mesmo meu filho teve uma crise. O que custa a prefeitura liberar a verba para o hospital fazer a cirurgia no meu filho? Eu estou agoniada, numa tristeza. Me sinto fraca em ver meu filho sofrer e não poder ajudá-lo a melhorar", diz abalada.

Deivid precisa de dois cateterismos especiais e colocar uma válvula no lado esquerdo do coração. Ele já fez todos os exames necessários e aguarda apenas a cirurgia.

"A prefeitura contestou a necessidade de urgência na cirurgia, falando que não era urgente, mas tem o laudo, né, e tem inclusive o parecer técnico do próprio judiciário falando que é, sim, uma cirurgia de urgência. Então, tem laudo dizendo que é urgente, como que eles falam que não é urgente?", afirma.

A mãe explica que era para ele ter feito a cirurgia de peito aberto, mas, durante o procedimento, o coração para de bater por alguns segundos, o que é muito arriscado. A família optou então pela alternativa que é o cateterismo.

Para cuidar do filho e do pai doente, Sebastiana precisou parar de trabalhar. Em busca de melhores recursos médicos, a família saiu de Corumbá e veio para a Capital.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura em busca de explicações sobre o caso de Deivid e aguarda resposta.

Resultados da solidariedade

O TopMídiaNews já contou a história da família, que mora em uma casa de apenas uma peça. Dividem o cômodo os quatro membros, sendo Sebastiana, o marido, Deivid e o pai dela.

Sem itens básicos de conforto como camas, armários, geladeira, botijão, entre outros móveis e alimentos, Sebastiana pediu ajuda para sobreviver.

Após a matéria, o marido de Sebastiana conseguiu emprego. Diversas pessoas também se solidarizaram e ajudaram a família com doação de móveis.

"Com a reportagem, graças a Deus, olha, fui muito abençoada, muito. Muitas pessoas doaram coisas para mim e para a minha família. Graças a Deus, meu marido está trabalhando. Ele conseguiu alugar uma casa em menos de um mês. Eu ganhei geladeira, fogão, tudo que pode ter numa casa eu ganhei, foi doado. Agora temos uma moradia boa, mas só que ainda na espera da cirurgia".

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