Três meses após ter a cirurgia na traqueia cancelada pela Santa Casa de Campo Grande, Geovane Mateus Costa Lima, de 26 anos, segue sem previsão de atendimento e também perdeu a fala. Queimado em um acidente doméstico em julho, ele aguarda a troca do cano da traqueostomia por um tubo T, procedimento considerado essencial para a fala.
A esposa, Rarielen dos Santos Pereira, 25 anos, relata que desde setembro tenta, sem sucesso, conseguir uma nova data para a cirurgia. “A Santa Casa pediu desculpas pelo cancelamento, mas toda vez que eu ligo dizem que não tem previsão. Ele não consegue falar há três meses por causa disso”, desabafa.
Segundo ela, além da indefinição da cirurgia, a família também enfrenta problemas na regulação de Sidrolândia para conseguir um exame de broncoscopia necessário para avaliar as condições da traqueia.
“A regulação diz que não tem como agendar por conta da greve. Mas esse exame pode ser feito em qualquer hospital. Estamos há seis meses aguardando e nada acontece”, afirma.
O médico responsável chegou a orientar que, caso o exame fosse realizado em outra unidade de saúde, poderia tentar visualizar a via aérea durante a própria cirurgia. No entanto, sem agendamento e sem nova data para o procedimento, o tratamento permanece parado.
A situação preocupa a esposa que teme o agravamento. “Ele está classificado como emergência e mesmo assim segue sem atendimento. Não tem previsão de consulta, de cirurgia, de nada. Estamos desesperados”, relata Rarielen.
A reportagem entrou em contato com a Santa Casa e com a regulação de Sidrolândia e aguarda retorno.









