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há 8 anos

Jô é apresentado pelo Corinthians e não esconde emoção: "Eu nasci aqui"

Famoso pelas noitadas, o centroavante de 29 anos se apega ao evangelho para reerguer a carreira

Depois de 11 anos, Jô está de volta ao Corinthians. Apresentado nesta quinta-feira, ele promete ser diferente. O garoto formado nas categorias de base se transformou em um atacante renomado, agora com a missão de resolver os problemas ofensivos do Timão na próxima temporada. Fora de campo ele também garante que é outro. Famoso pelas noitadas, o centroavante de 29 anos se apega ao evangelho para reerguer a carreira. 

– Primeiramente, queria agradecer a Deus por esse retorno, a minha esposa por esse período comigo e ao presidente, ao diretor e aos funcionários por me receberem de volta. Passa um filme na cabeça, a emoção vem forte. Eu nasci aqui no clube, cheguei com 7 anos. Meu primeiro treinador foi Paulo Borges, tenho uma história no clube. Meu primeiro treino foi em 2002 com o Parreira, com 15 anos – afirmou Jô, ao ser apresentado pelo diretor de futebol Flávio Adauto, no CT Joaquim Grava.

Como o prazo para a inscrição de novos jogadores no Campeonato Brasileiro já se encerrou, Jô só terá condições de atuar na próxima temporada – o Timão disputará o Torneio da Flórida, em janeiro, nos Estados Unidos. Aos 29 anos, o atacante estava no Jiangsu Suning, da China, e não joga desde julho. Ele é o jogador mais jovem a vestir a camisa corintiana em todos os tempos, tendo sua estreia pelo alvinegro no ano de 2003 (com 16 anos, 3 meses e 26 dias), e esteve em campo em 115 jogos, marcando 18 gols. 

Confira outras respostas de Jô em entrevista coletiva:

INÍCIO NO CORINTHIANS

– Não era fácil estar entre grandes jogadores e com 16 anos estrear. Era um garoto, morava na periferia, soltava pipa e tive uma responsabilidade grande. Foi tudo rápido, depois fui para fora. Tive pessoas do meu lado que me ajudaram bastante, cometi erros como todos, mas tudo superado, estou de volta para minha casa, onde nasci e cresci. Espero dar o meu melhor.

MUDANÇA FORA DE CAMPO

– Quem me conheceu há muitos anos, conhece meu caráter, minha índole, às vezes no futebol você traça um caminho que não é correto. Aconteceu comigo e com muitos, dar uma deslumbrada. Encontrei Deus há dois anos, as coisas fora de campo se ajeitaram. Foram erros que reconheço, isso é importante. Superei, hoje sou a pessoa que eu era, só me desviei. Amigos e família do meu lado, sou feliz.

ESPERANÇA NO ATAQUE

– Não sou o salvador da pátria, sou mais um jogador que chega para ajudar. Aqui tem grandes atacantes, tem o Gustavo com potencial muito grande jovem, 21 anos, bom jogador. Tem o Guilherme que faz bem essa função, tem o Romero. Sou mais um para brigar e ajudar. Mas claro que voltando após 11 anos, com experiência, a responsabilidade aumenta. Mas com sabedoria vou superar tudo isso.

ESTRUTURA DO CORINTHIANS

– Corinthians sempre foi grande onde se exige muito do jogador. O clube cresceu, tem uma estrutura que realmente é muito boa. Passei por clubes na Europa e poucos têm uma estrutura dessa. Antigamente tinha container, chuveiro gelado, mas o Corinthians é assim. Viver o dia a dia, estar de corpo e alma. A estrutura é maravilhosa. 

CHANCE DE VOLTAR AO TIMÃO

– O Corinthians é minha casa, quando surgiu a possibilidade de voltar, independentemente de colocação ou que divisão estivesse, seria minha melhor escolha.

POSICIONAMENTO EM CAMPO

– Eu pesava 69kg, era magrinho e rápido (no início de carreira). Depois que fui para a Europa, você joga em mais posições. Me encontrei como centroavante, faço isso há anos, é onde mais fiz sucesso. Mas se precisar jogar de segundo atacante, tudo bem.

TRÊS ANOS DE CONTRATO

– Difícil agradar a todos, nem Jesus Cristo agradou. Mas fiz três anos de contrato por merecimento também. Apesar de não jogar há três meses, desde 17 de julho não jogo partida oficial. Mas joguei uma Copa há dois anos, pode ser que alguns questionem, mas faço meu trabalho, me cuido mais, não estou tão abaixo fisicamente. Podem questionar, mas fizemos um bom contrato. Tenho que mostrar meu futebol, o que sempre mostrei. Fora de campo não tenho de mostrar a ninguém, Deus sabe. Tenho que provar que vim fazer o melhor, gols, correr, me dedicar. Depois aceito as críticas. Mas vou mostrar meu valor.

PODE RETOMAR A BOA FASE DO ATLÉTICO-MG?

– É possível até mais. Me cuido mais, alimentação melhor, tem que buscar mais. O Galo me levou a uma Copa do Mundo. Mas pretendo me dedicar até mais do que me dediquei no Atlético-MG.

PARTE FÍSICA

– A ideia deles (comissão técnica) é aprimorar a parte física, fiquei três meses parado, vinha treinando, mas é diferente treinar sozinho e em grupo. Como não vou jogar, faço a parte física e a de campo. Vou me adaptar ao trabalho e ao elenco. Pedi para aprimorar a parte física, conhecer o elenco. Para não entrar de férias abaixo, para voltar em janeiro em condições boas.

CONVERSÃO AO CRISTIANISMO

– Foi no final de 2014, depois da Copa. Retornei ao Atlético-MG, não vinha fazendo bons jogos, tive problemas na vida pessoal, um tempo sem fazer gols. Tive férias, sozinho e comecei a refletir, encontrei Deus. No começo de 2015, fiquei feliz com a família, vi que poderia estar jogando a vida no lixo. E tudo voltou a ter uma direção. Foi no final de 2014 que reencontrei a paz fora de campo.

MAIS JOVEM A MARCAR GOL PELO CORINTHIANS

– Lembro muito bem de uma frase que o Robert sempre me dizia: acreditar no sonho. Aquilo ali estava começando, era um sonho, eu não sabia a proporção. Fazer o primeiro gol? A alegria foi imensa, eu ficava vendo os jornais, era um impacto. Robert me ajudava muito, Renato Abreu, que tem uma pizzaria no Rio, e os da base: Wendel, Coelho, Fininho, Bobô...

REENCONTRO COM OSWALDO

– Oswaldo é uma pessoa maravilhosa, na ocasião (2004) eu era muito novo, a gente não conversava tanto, mas sempre foi uma pessoa carinhosa, um pai. Desde que conheci até hoje, quando a gente se encontrava ele falava: "Um dia vamos trabalhar juntos de novo". Está aí a oportunidade. Sempre foi maravilhoso.

CORINTIANO DESDE PEQUENO

– Eu nunca neguei que sempre fui corintiano, desde pequeno, até esse tempo fora eu sempre torci. Quando caiu em 2007, eu estava na Rússia e fiquei triste. Minha esposa perguntou e eu falei que estava triste, era o clube do meu coração. Tive amigos aqui, nunca deixei e nem nunca vou deixar de ser torcedor. Isso marcou minha vida.

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