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09/12/2017 13:30

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Aos 74 anos, Dalva arrecada e renova cadernos usados para doar a quem não tem

Com o apoio da neta professora e o amor pela educação, ela dá continuidade ao dom de ajudar que a acompanha desde a juventude

Deveria ser a realidade de todas as crianças o acesso à escola e todas as boas condições para o pleno aprendizado. Sabendo que muitas vezes a vida não oferece essa oportunidade a todos, Dalva Aparecida da Silva, 74 anos, tenta contribuir como pode para transformar problemas em soluções, sem demonstrar qualquer esforço em cada pequena atitude. Exemplo disso é que ela reaproveita cadernos já utilizados e dá a eles uma cara nova, para doar quem não teria condições financeiras de comprá-los.

A arrecadação dos cadernos começou há alguns anos, ajudando crianças de famílias próximas, mas foi crescendo e hoje há um cantinho em sua casa com todo o material prestes a ganhar um novo dono. Com a ajuda da neta professora Juliana Silva, 32 anos, ela conta com as redes sociais como ferramenta para maximizar sua ação, em que dedica todo seu tempo livre ao desencadernar as folhas, separar o que é aproveitável e caprichar no acabamento. 

"Quando a gente recebe de capa dura, melhor ainda, porque dura mais e as crianças gostam porque geralmente é colorido. É simples, não tem luxo do que é novo, mas para quem não tem nada ou muito pouco, é de alguma ajuda para incentivar a escrita e o desenho", diz. Quando dá, ela costuma comprar caixas de borracha e lápis para juntar ao pequeno kit, que encaminha a um projeto social no Jardim Carioca, em Campo Grande.

Para alunos até o quarto ano, ela tem o cuidado de tirar a espiral de arame e substituir pelos de plástico, para evitar que as crianças se machuquem ou estraguem suas mochilas. Nada é desperdiçado, já que as folhas que já foram utilizadas vãs para a reciclagem. Na casa, aliás, a prática se estende a garrafas pet, de vidro, latas de metal, roupas e jornais não utilizados.

Amor pela educação

A solidariedade proativa de dona Dalva não é de hoje e sempre teve laço forte com a valorização educacional. Ela mesma conta como começou a dar maior atenção à importância dos materiais escolares, no período de 19 anos em que trabalhou na Tilibra, empresa tradicional no ramo, em Marília, interior de São Paulo. 

"Minha função era atender, toda vida tive preocupação muito grande com a educação das crianças, mães chegavam com a lista de materiais que a escola definia, e pediam pra eu somar quanto ia custar tudo. O dinheiro, muitas vezes não dava, e elas levavam menos", conta. Ela então dava um jeito, colocando o restante do material em seu nome, o que descontava de seu próprio salário, para ser pago quando a pessoa tivesse condições financeiras melhores.

O fascínio pela educação fez com que, por volta dos 40 anos de idade, já com filhos e a casa para tomar conta, buscasse pela formação que nunca teve, depois de 25 anos longe dos estudos. Em três meses, finalizou o ensino médio e, em quatro, o curso em magistério, para poder dar aulas. Contudo, chegou apenas a estagiar como professora, apesar de se considerar uma educadora à sua maneira.

“Fico pensando em quanta gente não se formou graças àquele caderno, aquele lápis e borracha que não poderia ter comprado. Como atitudes pequenas podem transformar uma vida inteira”, reflete. 

É coisa de família, ela garante, já que as três mulheres da casa, ela, a filha e a neta, sempre se envolveram com questões sociais, às vezes levando os problemas para casa. Tudo com um sorriso no rosto de quem tem alegria em fazer o bem.

Ajudar

Para saber melhor como colaborar com a ação dos cadernos de Dalva, basta entrar em contato com o número de telefone (67) 99237-1374, através de ligação ou WhatsApp, e falar com Juliana.

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