Enquanto uma guerra foi declarada, com direito a troca de cadeados para impedir a continuidade do trabalho dos agentes comunitários de saúde em um dia chuvoso, a boa ação veio daquele velho amigo, que todos os dias passava e com sorriso no rosto, cumprimentava a equipe de agentes, que antes, tinham o centro comunitário como sede.

Um ato heróico partiu do aluno especial da ACPD (Associação Campograndense das Pessoas com Deficiência Física), Robson Silva, 30 anos, que ao ver o grupo de agentes comunitários de saúde em frente ao Centro Comunitário, que estava com portões trancados, se sensibilizou, foi até a associação, pediu abrigo para a presidente e levou o grupo para uma sala no local.

De acordo com a agente Débora Magalhães, a atual presidente da associação comunitária do bairro Coophavila, conhecida como Beth Carvalho, deu decidiu no final do ano passado, que as agentes não poderiam utilizar o Centro Comunitário como sede e deu um prazo para a desocupação do local. Porém, como o grupo não conseguiu abrigo em outro local até a data limite estipulada pela presidente, o cadeado dos portões foram trocados e o grupo ficou para fora.

"Ela trocou o cadeado e deixou todo mundo para fora. No dia 23 de dezembro, recebemos um documento com a decisão, alegando que teríamos até o dia 7 de janeiro para encontrar um local para utilizar como sede, como não encontramos nenhum outro local, chegamos para trabalhar no dia 10 de janeiro e os cadeados haviam sido trocados e não conseguimos pegar nosso equipamento que estava dentro do Centro Comunitário. Tentamos fazer um boletim de ocorrência por conta dos materiais que ficaram dentro do local, mas não conseguimos. Tentamos contato com a Beth, mas ela recusou dialogar com a categoria.  O Robson sempre passava ali para dar oi e neste dia passou novamente, quando ele viu a gente na chuva do lado de fora, ficou desesperado e pedia pra gente sair da chuva. Falamos para ele que fomos mandadas embora dali e ele foi até a associação, pediu ajuda para a presidente Vanda Peris Bega, que gentilmente, cedeu uma sala para o grupo", explica a agente.

A agente comunitária de saúde destaca a sensibilidade do rapaz, que necessita de ajuda para sobreviver, sendo solidário com o próximo, deixando evidente, o aprendizado dos 18 anos que recebe atendimento na ACPD. "Foi uma atitude muito bonita, um rapaz que precisa de ajuda, ajudando o próximo. Ele ficou desesperado quando viu a gente na chuva e buscou ajuda e hoje somos muito gratos a ele por essa atitude linda. Todo o grupo de agentes ficou encantado com a atitude deste menino".

Como forma de retribuir o carinho de Robson, os 12 agentes descobriram que o menino tem o Santos como time do coração, fizeram afamosa vaquinha e compraram uma camiseta para o rapaz, que recebeu o prêmio de braços abertos. "Ele comoveu nossa equipe com essa atitude, precisamos de uma sede porque fazemos relatório, temos ações para medir a glicemia dos pacientes, o agente comunitário não tem apenas aquele trabalho de ir visitar as residências, ele tem outras funções que muitas vezes a população não tem conhecimento. A atitude do Robson demonstra a excelente educação que ele recebe aqui na instituição, onde ele aprende a ser uma pessoa melhor a cada dia".

O herói do grupo mora atualmente com a irmã e conforme a assistência social da ACPD, é sempre um dos primeiros usuários a chegar. Assim que foi presenteado e que recebeu palmas da equipe de agentes, Robson vestiu a camisa do time do coração e voltou para  a sala de aula, esbanjando a felicidade no rosto.

Ao ser questionado pelo TopMídiaNews sobre o grupo, Robson disse que gosta muito de todos e que está muito feliz com a presença do grupo na associação. A ACPD vive de doações e atende um total de 25 usuários, prestando assistência para toda a família, que muitas vezes, se encontra em estado de vulnerabilidade.

A ACPD conta com a ajuda da população através de doações de alimentos, brinquedos, materiais de higiene pessoal, roupas, entre outros. Quer ajudar o herói e outros usuários, basta se deslocar até a sede que fica na Rua do Porto, 658, bairro Coophavila ou ligue 3025-4547. Vale lembrar que todo tipo de doação é bem vindo e além dos alunos utilizarem as doações, as famílias também são contempladas, já que eles levam alimentos para as residências.