A prefeitura de Campo Grande enfrenta dificuldades para manter a folha de pagamento do funcionalismo público sem ferir a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). De acordo com demonstrativo das despesas com pessoal dos meses de junho de 2016 a maio deste ano, a folha consome 51,51% da receita corrente líquida do município, acima do limite prudencial.

Publicado em edição suplementar do Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) nesta sexta-feira (23), as despesas com servidores concursados e comissionados, no período, somaram R$ 1.410.098.962,71. Considerando o dinheiro arrecadado neste período, os gastos com recursos humanos podem crescer, no máximo, mais R$ 68,1 milhões ao ano.

Inativos e pensionistas correspondem a R$ 272.651.166,49 dos gastos da prefeitura. Já os terceirizados, como os que recebem pelo Proinc (Programa de Inclusão Profissional) para realizar serviços de limpeza e capinagem das vias públicas, consomem R$ 13.347.443,81 da arrecadação da prefeitura. Ao todo, a receita corrente líquida de Campo Grande somou R$ 2.737.571.376,69.

Apesar dos números desfavoráveis, a prefeitura conseguiu aprovar, na Câmara Municipal, projeto de lei que desvincula 30% do orçamento do município referente às famosas verbas carimbadas. Como exemplo, parte do que é arrecadado com a taxa de iluminação pública, poderá ser revertido para o pagamento de servidores e repasses a hospitais particulares que atendem pelo SUS (Sistema Único de Saúde).

O ‘fôlego’ deve ajudar também a amortizar a dívida do município. Com esse trunfo em mãos, a prefeitura enviou projetos de reajuste salarial para três categorias de servidores públicos que vem negociando com o Poder Executivo. Na quinta-feira (22), os vereadores já aprovaram aumento para membros da Guarda Municipal e profissionais da educação.