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Campo Grande

15/01/2017 07:00

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Saúde na Capital vive caos e falta de vagas em UTI até dipirona

Prejudicada, população ainda vê pessoas morrerem à espera de atendimento

A saúde de Campo Grande está doente há muitos anos. Os problemas são diversos e vão desde a falta de medicamentos básicos nos postos de saúde, desvio de dinheiro, dívidas da prefeitura com hospitais até a falta de leitos em UTI (Unidades de Terapia Intensiva). Mas o que é mais grave é quando o contribuinte perde a vida aguardando atendimento.

Sobre a falta de medicamentos essenciais, a própria Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) admitiu, em 2016, que pontualmente faltam remédios como a dipirona e o paracetamol. A razão, segundo a prefeitura, era o desligamento de parte das empresas que forneciam esses itens, que alegavam não ter como arcar com os preços dos materiais, às vezes preferindo até mesmo pagar multa pela quebra de compromisso.

A demora no atendimento aos pacientes em um posto de saúde ou UPA (Unidade de Pronto Atendimento) é um dos fatores que mais indignam a população. Os casos de desrespeito aos pacientes chegam ao site por meio do canal Repórter Top, onde leitor denuncia esse tipo de situação na hora em que ela acontece.

A copeira Ana Alice Sales, 48, avalia como péssima a saúde na Capital e diz que, na unidade que mais costuma se consultar, a Unidade Básica de Saúde do Universitário, a demora no atendimento chega até três horas. Distante 10 quilômetros dali, na UBS (Unidade Básica de Saúde) do Nova Bahia, a dona de casa Janecer Ratier reclama que a falta de médicos é recorrente.  

Em outubro do ano passado, o TopMidiaNews denunciou que uma idosa deixou de fazer um exame de sangue por falta de tubetes na Upa Leblon.

O descaso com a vida humana na saúde municipal veio à tona em março de 2016. A idosa Aurilina Ana Gonçalves, 67, foi levada pela filha ao Upa Universitário, sentindo dores fortes no peito, relatou a família. Porém, mesmo apresentando sintomas graves, além de ser diabética e hipertensa, a mulher foi obrigada a esperar atendimento, e cerca de 1 hora depois teve uma parada cardíaca. Horas depois teve outra parada cardíaca e morreu.

A Capital registrou 12 mortes por dengue em 2016. Embora campanhas de conscientização aconteçam, a fiscalização de terrenos baldios, que em muitos casos são áreas públicas ainda falha. Durante os últimos três anos, pacientes tiveram de ser atendidos em tendas do Exército Brasileiro, já que a estrutura da saúde na Cidade não comportava a demanda.

Caso Gisa

O Gerenciamento de Informações de Saúde, o Gisa, foi um sistema criado em 2008 e custou R$ 10 milhões para ser implantado. A promessa era uma central que agendava consultas médicas em postos de saúde, mas nunca a chegou a operar mais que 10%. O dinheiro desapareceu, segundo o Ministério Público Federal, e a prefeitura teve de indenizar o Ministério da Saúde.  O MPF denunciou à Justiça 26 pessoas, entre elas o ex-prefeito de Campo Grande, Nelson Trad Filho (PTB).  

A crise na saúde ganhou contornos políticos com a instalação da CPI das vacinas contra a gripe H1N1 em 2016. A comissão apontou desvio de 14 mil doses de vacinas dos postos de saúde da Capital.   

Santa Casa

O histórico da Prefeitura de Campo Grande com a Santa Casa de Campo Grande é marcado por atrasos constantes nos repasses. Hoje o executivo municipal possui R$ 6,5 milhões de dívidas, referentes aos meses de novembro e dezembro de 2016 e a promessa é que o problema seja sanado nos próximos três meses pela atual administração. Sem os repasses, o hospital atrasa pagamento a fornecedores de medicamentos e até aos funcionários, gerando paralisações que prejudicam o atendimento.

UTI's

Em junho de 2016, a Defensoria Pública do Estado constatou que em questão de meses, a procura por vaga em UTI's na Capital passou de uma por dia para cerca de seis pedidos/dia.

A falta de leitos em Unidade de Terapia Intensiva em Campo Grande, tão denunciada pela população, principalmente a mais pobre da cidade, chegou a ser destaque em um noticiário nacional. Segundo o MPE (Ministério Público Estadual), até julho de 2016 faltam 81 leitos para pacientes críticos na Capital. A falta de vagas nessas unidades superlota as áreas vermelhas dos hospitais e ajuda a piorar o estado de saúde dos pacientes que já são graves. 

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