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09/01/2017 13:59

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Covarde e banal, assassinato de empresário por policial não sai da cabeça do campo-grandense

Família que iria celebrar o ano novo teve de velar o corpo da vítima que levou cinco tiros

O assassinato brutal e banal de Adriano Correa, 33 anos, por um policial rodoviário federal, que chocou Campo Grande às vésperas das celebrações de ano novo, não deve ser esquecido facilmente pela população. Além do despreparo técnico e emocional de quem foi treinado pelo Estado, o caso do agente Ricardo Hyun Su Moon, que confessou ter atirado sete vezes contra o empresário desarmado, no dia 31, e por briga de trânsito, trouxe à tona a discussão sobre o tratamento diferenciado que autoridades recebem em detrimento de 'cidadãos comuns' quando se envolvem em crimes.   

Eram 4h44 do dia 31 de dezembro de 2016. O policial rodoviário federal Ricardo Hyun Su Moon, 46 anos, dirige sua Pajero em direção ao trabalho, pela Avenida Ernesto Geisel. Em dado momento, uma caminhonete Hilux, conduzida pelo empresário, o dono da Sushi Express Adriano Correa, dá uma ‘fechada’ no carro do policial ao desviar de um buraco e inicia-se uma discussão.

Uma testemunha relata que Adriano ficou no carro, pediu desculpas e sugeriu acionar a Polícia de Trânsito. Ainda conforme a pessoa, o agente rodoviário teria se exaltado e sacado a pistola .40 que utiliza na corporação. O amigo de Adriano e o filho dele, um adolescente de 17 anos, que também estavam no veículo, teriam descido do carro e estavam alterados, porém foram contidos pelo empresário.

Na sequência, os dois voltam para o veículo para ir embora, momento em que Ricardo Moon atira sete vezes contra a caminhonete. Cinco tiros acertaram Adriano e dois atingem a perna do adolescente. Ricardo Moon alegou legítima defesa, dizendo que o empresário teria jogado o carro contra ele.

                                 

(Ferido, o empresário perdeu o controle do carro e bateu contra um poste de energia - Foto: Luis Vilela/JornalOEstado?)

Adriano, ferido, perdeu o controle da direção e bateu a Hilux contra um poste de energia à beira do Córrego Segredo. Ele morreu na hora. Agnaldo quebrou o braço e machucou a cabeça por conta da colisão contra o poste. Testemunhas e vídeos postados em redes sociais mostram a caminhonete de Adriano em alta velocidade antes de bater à beira do córrego. Segundos depois, Ricardo Moon chega ao local em sua Pajero e aciona a Polícia Militar relatando o fato.

A PM chega à cena do crime em menos de dois minutos e dá ao criminoso a regalia de falar ao telefone celular, algo inimaginável para quem está envolvido em uma ocorrência policial grave. Ricardo foi apenas conduzido à delegacia e só teve a prisão em flagrante decretada horas depois. Ele teve tempo ainda de trocar de roupa, o que prejudica a perícia. Ao delegado, o policial disse que, na hora da confusão no trânsito, se identificou como agente federal, mas as vítimas negam.

Revolta

O PRF finalmente foi preso em flagrante, por volta das 10 horas. Não foi preciso nem a defesa dele pedir a liberdade à Justiça. O juiz José de Andrade Neto disse que não converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva e, em sua decisão, disse que não há indícios de que o suspeito iria atrapalhar as investigações.

Porém, as vítimas e seus familiares  contam que se sentem inseguras com ele solto e, como o PRF é estrangeiro, creem que possa fugir do país. Testemunha afirma que, se não fossem os participantes de um velório presenciar o crime, Ricardo teria executado os amigos de Ricardo ali mesmo.

Até a Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul, sempre fiel aos interesses dos advogados, mostrou indignação contra a soltura de Ricardo e estuda até denunciar o juiz José de Andrade Neto ao Conselho Nacional de Justiça.

Além disso, quando o juiz José Andrade Neto aceitou pedido do MPE (Ministério Público Estadual) e decretou a prisão preventiva de Ricardo Moon na última quarta-feira (4), ele só foi preso na manhã seguinte. A Polícia Civil ainda preparou um esquema para despistar a imprensa.

Na decisão, o magistrado justificou que a prisão foi pautada por indícios novos trazidos pelo MPE de que o policial rodoviário estaria recebendo privilégios de outras autoridades e poderia assim, comprometer as investigações, o que já vinha sendo denunciado pelas testemunhas.

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