Os primeiros dias de obra da rua 14 de Julho já anda ‘tirando o sono’ dos comerciantes que atuam na região e temem prejuízos durante a realização das obras de infraestrutura, como parte do trabalho de revitalização da via, previsto no Programa Reviva Campo Grande.
A grande preocupação dos empresários é com o fluxo de pessoas circulando pelo local, que promete diminuir. Para o idoso Nelson Vacaro Devicare, 78 anos, que atua há 32 anos na região com uma perfumaria, o número de clientes deve diminuir, mas os impostos cobrados não serão perdoados.
“O que percebemos pela rua é que não vai ter como abrir as lojas e o que vamos fazer no tempo que eles precisam por quadra para realizar o trabalho? Eu não posso ficar meses parado, temos impostos para pagar, isso não será congelado pela prefeitura”, afirma o empresário.
Assim como Nelson, Kelby Cristina Devicare, 51 anos, administradora de uma Casa Lotérica na Rua 14 de Julho, destaca que a prefeitura se comprometeu em colocar tapumes, para que a população continue tendo acesso aos comércios. “Eu tenho esperança de que diminua pouco os clientes, mas sabemos muito bem que ninguém gosta de andar em obras. Eles prometeram os tapumes, vamos ver se isso realmente vai acontecer, temos que cobrar”.
Ela destaca ainda, que muitos comércios acabam deixando de funcionar quando o movimento do centro fica fraco, porque a região central está virando uma verdadeira ‘cracolândia’. “Além da obra, não podemos mais abrir sábado a tarde porque aqui está impossível, temos medo”.
O gerente de uma relojoaria, Walter Izidio de Souza, 53 anos, diz que se preocupa tanto com o andamento da obra, como o pós obra. “Tem dois fatores, durante a obra e o pós obra. Com certeza a obra vai atrapalhar muito, temos contas fixas para pagar mensalmente e infelizmente seremos afetados. Mas ainda tem que ver se a obra será um benefício, tem isso ainda”.
Há seis anos na 14 de Julho, o empresário afirma que a Rua Barão do Rio Branco é um calçadão e isso não deu muito resultado. “Eu não vejo como algo bom, a Barão do Rio Branco é um calçadão, mas não deu muito resultado. Vamos ver no que vai dar”.
O TopMídiaNews entrou em contato com a prefeitura, que informou que durante as obras, “a calçada do canteiro de obras será isolada totalmente, proporcionando um caminho exclusivo para o pedestre. Os tapumes em estrutura metálica serão distribuídos ao longo da via, próximo ao meio fio, quando as obras de infraestrutura subterrânea forem realizadas”.
Reviva Centro
As obras têm como objetivo fazer a revitalização da Rua 14 de Julho, no trecho entre as avenidas Fernando Corrêa da Costa e Mato Grosso.
O município espera transformar o local em um verdadeiro Shopping a céu aberto. O investimento será de R$ 54, 8 milhões, cerca de US$ 17 milhões, parcela do empréstimo de US$ 56 milhões contratados junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para viabilizar o Reviva Centro.
Segundo a prefeitura, a rua mais tradicional da cidade terá um trecho de três quadras (da Afonso Pena a Cândido Mariano) com características de calçadão; áreas de convivência implantadas em baias; arborização; bicicletários e conexão Wi-Fi com internet.
