A delegada Célia Maria Bezerra da Silva confirmou, nesta terça-feira (19), que foi instaurado inquérito para analisar se houve fraude processual no acidente que vitimou Verônica Fernandes, 84 anos, no dia 13 de setembro na Avenida José Nogueira Vieira, no bairro Tiradentes, em Campo Grande. Ela vai investigar a ordem do procurador de Justiça Gilberto Robalinho da Silva, que teria ordenado a retirada do carro da esposa, Cirlene Lelis Robalinho, 48 anos, do local do atropelamento. 

Conforme a delegada, o celular de Cirlene foi apreendido no local e imagens de câmeras de comércios próximos devem ser analisadas durante as investigações.  Algumas oitivas já foram realizadas com testemunhas que presenciaram o atropelamento e outros depoimentos devem ocorrer ainda nesta semana.

O MPE-MS (Ministério Público Estadual) também investiga a atitude de Robalinho e o caso foi encaminhado para a Corregedoria-Geral. As partes e as testemunhas do acidente também serão convocadas para prestar depoimento no órgão. A  assessoria do MPE destaca que não existe tempo determinado para que o caso seja concluído, mas normalmente, as investigações duram em média 30 dias.

A atitude do procurador revoltou os familiares da idosa, que compareceram ao local do acidente. Robalinho teria ordenado que um homem que o acompanhava retirasse o veículo do local antes da chegada da polícia de trânsito. Testemunhas relataram aos policiais que diversas pessoas caminhavam pela calçada quando o carro invadiu o local, atingindo a mulher, que morreu na hora. Após ser questionado pelos familiares, o procurador deixou o local do acidente.