A+ A-

sexta, 26 de abril de 2024

Busca

sexta, 26 de abril de 2024

Link WhatsApp

Entre em nosso grupo

2

WhatsApp Top Mídia News
Pré-na-Estrada

há 6 anos

A+ A-

Em ritmo agitado, mas discurso 'paz e amor', Puccinelli faz pré-campanha no interior

Em terra de tucano, os "manda brasa" fizeram festa, mas não ficaram sem críticas

São cinco horas da manhã e o barulho no hotel já começou. Um grande grupo formado por políticos e assessores se prepara para sair. É a terceira etapa de um programa de “pré-campanha” capitaneado por André Puccinelli, ex-governador do Estado, líder do MDB e pré-candidato ao Governo do Estado.

Dessa vez, o Pré-na-Estrada acompanhou a comitiva de Puccinelli. “Não é caravana, é Comitiva”, brinca. No dia anterior, às 19h40 uma comitiva segue para o evento do MDB em Jardim. No local perto de 200 pessoas espalhadas no local e aparato total já esperam pelo pré-candidato André Puccinelli. Cercado de mandatários, mesmo ao lado de um ministro de Estado, senadores, deputados e afins, André continua a estrela.

Ainda assim, às 6h da manhã o grupo já tomou café e “pré-na-estrada” para não perder o trocadilho. Depois de Jardim, o rumo é a “terra da linguiça”, Maracaju. E se o trabalho no dia anterior foi até perto da meia noite, ainda assim é preciso manter o pique do chefe.

“Ele não para nunca. Segue um ritmo louco, aprendi com ele”, confessa Carlos Marun, atual ministro da Secretaria de Governo. O mesmo diz o senador Waldemir Moka, animadíssimo durante o café e já fazendo planos para as próximas agendas.

“Começo de cantiga é assobio, estamos só assobiando”, diz o Moka com um sorriso no rosto logo cedo, que talvez só os políticos tenham. E não há distinção: todo mundo em pé e rumo aos compromissos no mesmo horário que o chefe. Sem reclamações, o que vemos é quase uma brincadeira de “siga o líder”.

“Vamos todos juntos, sempre assim, desde que ele era prefeito, é uma união muito forte e isso é a lealdade que nos une, não é um grupo que começou agora”, diz Alexandre Rezende, que apesar de não ter cargo eletivo, não esconde o “amor” pelo “chefe”.

Alguns conversam até demais, mas quando vê o crachá da equipe, já fala. “Mas isso é em off viu, nem escreve nada, por favor”. Na condição de anonimato, a conversa flui. “Ele é um líder nato. Com cargo ou sem cargo, ninguém sai de perto. Eu mesmo, fiquei sem cargo, trabalhando na vida ‘normal’ e quando ele chamou, eu vim. Sem pestanejar. Aqui, a maioria paga do bolso para acompanhar o André”, garante.

Jardim, terra governada por “tucano” mas que “tem manda brasa”

Na associação comercial, a organização é quase que impecável. As pessoas parecem gostar de abraçar André, mas se incomodam com o séquito de seguidores que acompanham a comitiva, grande por sinal.

“Nem precisa tanta gente, a gente se sente meio acuado quando vai tentar conversar, tem sempre alguém tirando uma foto, parece que a gente está sendo vigiado”, diz o morador de Jardim,  Antonio de Bastos, que com 58 anos foi ali para assistir e ficou mais tímido numa cadeira no meio da plateia.

E em época que política gera tanta discussão e ódio destilado, tem sempre alguém que fala uma maldade. “Falei que não quero tirar foto porque vai que a Federal [Polícia] aparece”, diz uma mulher bem entusiasmada com a presença de André, sentada nas últimas cadeiras do do pátio cheio e com um mini auditório montado  com cadeiras de plástico branco.

Apesar disso, quando o ex-governador se aproxima, ela diz: “Meu Governador”. Ao ser questionada sobre ter falado sobre a prisão de André Puccinelli mas ter abraçado e elogiado o trabalho dele quando o ex-governador se aproximou. “Ah, ele é ex-governador, não dá para negar que ele encanta”, diz a senhora de meia idade, bem efusiva. Apesar disso, a mulher preferiu não dar nomes. “Não, nem coloca meu nome, que eu coloquei isso, pelo amor de Deus”, foge.

Na plateia o professor Ilzo Meirelles, 40 anos, assiste atentamente. Apesar de não ser filiado, ele declara preferência por André Puccinelli. “Ah, quando ele era governador ele ajudou muito a classe dos professores. Nossa categoria foi valorizada e eu quero ouvir o que ele tem para dizer. Quero ouvir também o Odilon [de Oliveira, ex-juiz e também pré-candidato]. Já o Azambuja não vou ouvir, porque não terá meu voto novamente”, assume.

Os que sentam a frente, são “Andrezistas” assumidos. Esse é o caso de Nádia, moradora na cidade há sete ano, filiada ao MDB. “Tenho sim, preferência por ele. Dr. André foi o melhor governador que tivemos. Até vou ouvir as outras propostas, mas prefiro ele”.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Discursos afinados

O cerimonial chama cada um dos vereadores,  lideranças de vários setores,  deputados,  senador, ministro e por fim André. O “lugar de honra” fica cheio. “Isso é demonstração de força política”, comenta um dos seguidores de Puccinelli. E isso nas duas agendas

"Dr. André, meu governador ", grita a senhora com sotaque paraguaio. Reunindo pessoas de cidades vizinhas como Sidrolândia, Guia Lopes, Nioaque, Bela Vista, Porto Murtinho,  Bonito e adjacências.

"Estou aqui para ouvir vocês, a comadre lá do Zé Pereira, assentamento que não tinha nem escola e nós fizemos", diz apontando para uma idosa na plateia que levanta um dedo positivo com bastante entusiasmo.

O discurso de Puccinelli está no estilo “paz e amor”, não ataca ninguém e sequer cita o nome dos adversários. Nomes? Nenhum!  Apesar disso, e impossível não ver o tom de campanha que todos eles têm dado em seus discursos.

“Nós não vamos criticar ninguém. Vamos mostrar o que fizemos e o que podemos continuar a fazer. Mas vamos aproveitar também as coisas boas dos outros. Aquilo que a população nos indicar como boa pratica”, afirmou em Maracaju e garantiu que não abre mão de apresentar-se como candidato a governador, descartando qualquer alternativa, isso já no discurso oficial.

E quando esse afirmação cresce, as palmas tomam conta do local. Aliás, desmentir a “não candidatura” do medebista é o que todos estão mais fazendo. “Não tem acerto, não tem nada disso”, grita ao microfone uma entusiasmada Antonieta Amorim, deputada estadual que segue o líder partidário em todas as agendas e mantém o mesmo discurso em todas as agendas que participa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Antonieta grita “Volta André” de forma tão apaixonada, que parece uma animadora de plateia. E funciona, isso é certo. Esse parece ser o mesmo discurso de todos os outros, sempre lembrando os feitos do ex-chefe do Executivo Estadual quando estava no poder.

Assim foi com Marcio Fernandes, com Renato Câmara e até com Antonio Carlos Arroyo, que foi deputado estadual e num passado não muito distante quebrou um pau público com Puccinelli devido a uma vaga no TCE (Tribunal de Contas).

A “treta maligna” com ele foi deixada de lado, e Arroyo, que quer voltar a Assembleia Legislativa, é só elogios. “Esse é o cara que revolucionou Mato Grosso do Sul”, garante.

O tom é o mesmo em Maracaju, e nas reuniões internas na casa de aliados. “Viu, estamos aqui na casa do prefeito, é nosso. Só ver como Maracaju tá bonita”, diz o líder da turma. Até porque, o encontro é quase uma reunião de amigos, com direito café, suco e chipa frita que foi feita na hora para receber André.

“É só o começo”

Em todo lugar que chega, o ex-governador cumprimenta uma por uma das pessoas presentes que pedem fotos, selfies, lembranças de outras vindas dele ao município. Isso seja em uma agenda externa na casa do prefeito de Maracaju, Maurílio Azambuja ou em um evento com 200 pessoas, como foi o caso de Jardim, ou na Câmara Municipal de Maracaju.

O evento termina ao som de “André, André, André” e ele se emociona. Chora mesmo, e vibram. Parece torcida organizada, e isso é mostra que é quase impossível passar incólume ao poder “arrebatador” do ex-governador André Puccinelli e aos encantos que uma disputa política tem de reunir pessoas tão diferentes em volta de uma só pessoa.

O almoço acaba, André cumprimenta e agradece o moço do som, o cara da churrasqueira, a moça que serviu a água, o homem que cuidou o carrinho de picolé e pergunta para a reportagem. “Achou o ritmo puxado? É só o começo. Vou fazer 70, com corpinho de 70, mas ainda tenho muito para render”, promete ali, no tête-à-tête.  

Talvez não haja explicações para o que provoque isso nas pessoas, mas com o pré-na-estrada junto com o TopMídiaNews, quem sabe o leitor consiga sentir um pouco do clima que é a pré-campanha. E quando vier a campanha de 2018, estejamos preparados para a grande corrida.

E nos vemos na próxima agenda!

* O Pré-na-Estrada é um projeto do TopMidiaNews que acompanha os pré-candidatos ao Governo do Estado e ao Senado Federal. Todos os que apresentaram os nomes foram convidados a participarem. Fica a critério de cada um deles enviar agenda e convite para acompanhamento das agendas. Mais informações podem ser obtidas com a Redação do TopMidiaNews. 

Loading

Carregando Comentários...

Veja também

Ver Mais notícias
GOVERNO MS DENGUE ABRIL 2024