Diante da reviravolta envolvendo os irmãos Batista, em que o  Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, anunciou que deve rever o acordo de delação premiada concedido aos empresários do Grupo JBS, o governador Reinaldo Azambuja, do PSDB, disse hoje, ao final do desfile de 7 de Setembro, que também questionou a concessão dos benefícios dada aos irmãos no Supremo Tribunal Federal.

"O meu advogado tentou no Supremo mostrar que eles não poderiam ter os benefícios que tiveram por serem chefes de quadrilha. Está lá no nosso processo. Mas o Supremo, naquele momento, entendeu que não deveria fazer a mudança", lembrou o caso.

Por outro lado, o governador ressaltou que, devido às novas denúncias, o Judiciário terá, agora, a oportunidade de rever o acordo. "Agora com tudo vindo a tona, é o Judiciário que decide quem prende ou quem solta. Não é o Executivo e nem o Ministério Público, é o Judiciário que tem a oportunidade", pontuou.

Reinaldo ainda lembrou que o ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal, também emitiu opinião sobre os últimos acontecimentos. "O ministro Fux, da mais alta corte, manifestou, mesmo que sendo uma opinião pessoal, que não deveriam ter dado a leniência [os empresários] para estarem em Nova York (EUA) e sim na Papula [Complexo Penitenciário da Papuda]", comentou.

Defesa

O governador ainda lembrou que foi acusado pelos empresários e que segue trabalhando na sua defesa. "Não sou julgador e fui acusado por eles. Vou me defender das acusações e vou provar a minha inocência. Mas o Judiciário tem o regramento institucional para soltar ou prender ou levar para a cadeia".

E finaliza dizendo que o grande problema no Brasil, no último ano, é a condenação sumária sem defesa pela opinião pública. "A pessoa acusada e denunciada é sumariamente condenada sem ter a defesa. Agora, com os delatores, que estavam como donos da verdade, começa a aparecer que tudo não era verdadeiro".