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Saúde

20/08/2017 18:10

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Com três agressões por dia, enfermagem pede socorro em Campo Grande

Pelo menos uma vez por semana, sindicato registra uma agressão física nos postos de saúde; xingamentos são ainda mais comuns

O sindicato que representa os profissionais de enfermagem em unidades de saúde de Campo Grande contabiliza três agressões verbais e ofensas por dia e, pelo menos, uma agressão física por semana. Entre os vários danos decorrentes da violência, está o afastamento dos trabalhadores, que prejudica ainda mais o atendimento à população.

Quem denuncia a situtação é o vereador e presidente do Sint-PMCG (Sindicato dos Trabalhadores em Enfermagem de Campo Grande), Hederson Fritz (PSD). Segundo ele, são 360 enfermeiros e 780 técnicos e auxilares atuando nas Upas, Unidades básicas de Saúde da Família, Unidades Básicas de Saúde e Centros Regionais de Saúde de Campo Grande.

Fritz conta que cerca de 80% das agressões envolvem pacientes psiquiátricos, que vão ser atendidos ou estão no ambulatório das unidades. Porém, o número de casos pode ser maior, já que nem todas as vítimas registram os eventos no sindicato. O mais grave, segundo o sindicato, é que cerca de 70% das agressões ocorrem contra mulheres.

A solução para o problema, segundo o parlamentar, passa pela conscientização da população. "Fizemos campanha, divulgação, tem faixa do sindicato falando da violência em cada UPA", explica.

   (Profissionais de saúde sofrem com agressões em unidades de saúde da Capital)

Audiência pública e violência

Em 22 de março, mesmo dia em que a Câmara Municipal de Campo Grande realizou audiência pública para discutir casos de agressões em unidades de saúde da Capital, houve registro de mais um caso de violência, dessa vez na UPA Leblon. A mãe de uma jovem teria dado um tapa no rosto de uma médica por conta da demora no atendimento.

Durante o encontro na Casa de Leis, dados de Mato Grosso do Sul, extraídos de uma pesquisa nacional de cobertura de enfermagem no Brasil, mostram que apenas 26% dos profissionais de enfermagem dizem se sentir num ambiente seguro de trabalho, outros 25% relatam ter sofrido violência no ambiente de trabalho. Desses 25%, 66% sofreram violência psicológica, 16% violência institucional e outros 16% violência física.

O técnico em enfermagem Alexsander Melo Alves deu seu relato durante a audiência e testemunhou ter sido vítima de agressão no último dia 26 de fevereiro, no UPA Universitário, durante o plantão noturno.

"Fui vítima de agressão física e verbal, sofri ferimentos nos ombros e braços, lesionou meu ombro esquerdo, estou fazendo fisioterapia ainda, um mês depois. Estamos muito vulneráveis correndo risco de morte. Na unidade, só tem um guarda municipal para atender um fluxo muito grande de pessoas. Por período, são cerca de 200 pacientes", denunciou.

(Câmara debateu violência em unidades de saúde - Foto: Isaías Medeiros/Câmara)

No último dia 7, mais um ato de violência assustou servidores e pacientes, desta vez na Upa Vila Almeida. Conforme testemunhas, os problemas começaram após a chegada de um preso, escoltado pela Polícia Militar.

Assim que o atendimento aos demais pacientes começou a demorar, um homem , relata a testemunha, começou a chutar a porta e ameaçar a assistente social. Por sua vez, ela passou a atender atrás do balcão da recepção, mas ele passou a filmá-la e a agredir com xingamentos pesados. O homem relata que muitos pacientes sentiram dó da funcionária.

Depois de alguns minutos, outro homem entrou na sala de radiologia e bateu na técnica que estava lá em atendimento”, conta o leitor.  

No entanto, a Sesau (Secretaria de Saúde de Campo Grande), negou que a agressão tenha partido de um paciente, e diz que foi um presidiário que escapou da polícia e empurrou a servidora contra uma porta.

Segundo o diretor do Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul, Renato Figueiredo, a violência na área de saúde é uma epidemia mundial. Há violência verbal, tumultos, profissionais trancados em banheiros quando entra gangue e bandido lá dentro.

Conforme Fritz, após as agressões os trabalhadores entram de licença médica. No caso de violência física, os atestados são de fratura e torções. No quesito violência moral, os afastamentos se dão em razão de ameaças, inclusive muitas com facas.

Ações

Outra ação destacada pelo parlamentar e sindicalista é a tentativa de sensibilização dos médicos peritos, que não classificam a agressão física como CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho). Na visão dele, essa classificação, que além da função de proteção ao trabalhador, tem função de epidemiologia, para fazer o diagnóstico, identificar o problema e fazer a prevenção.

O vereador completa dizendo que há guardas municipais nos postos e unidades de saúde, porém o número reduzido de agentes a dimensão extensa do local dificultam a ação desses guardas. ''Quando chega o funcionário já foi agredido''.

A assessoria da Prefeitura de Campo Grande informou que já solicitou aumento da segurança e destacou que dois guardas municipais trabalham em cada unidade, revezando plantões.  

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