A demora para transferir um bebê prematuro da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) até um hospital agravou a situação do menino de 2 meses, que deu entrada para atendimento com quadro de bronquiolite e evoluiu para pneumonia, em Campo Grande.

Segundo a avó Angela da Silva Gonçalves, 40 anos, ela e a filha de 15 anos, mãe do bebê, enfrentaram momentos angustiantes ao passar 4 dias com o bebê internado na UPA Vila Almeida, a espera de uma vaga para um hospital na cidade.

O bebê prematuro, que nasceu com 35 semanas, deu entrada na unidade de saúde com um quadro de bronquiolite, que acabou evoluindo para pneumonia devido à demora na transferência para um hospital adequado, explica a avó ao TopMídiaNews.

Conforme relato da avó, o menino internou na quinta-feira (18) com "promessa" de  conseguir vaga em 2 dias, mas só conseguiram a transferência no domingo (21).

Segundo Angela, em outras visitas à UPA com problemas de saúde do neto, nenhum tratamento foi fornecido, levando ao desenvolvimento da bronquiolite.

"O que nos prometeram em no máximo 2 dias, ficamos 4. Não tinha oxigênio que ele precisava, não tinha vaga e não tinha ambulância do Samu para a transferência", desabafa a avó.

Apesar do bom atendimento recebido na UPA, Angela critica a situação caótica da saúde pública e questiona os direitos das crianças. "A saúde já está um caos, eu só pergunto, onde está o direito da criança que tanto falam", questiona.

Atualmente, o bebê está internado no Hospital Regional, onde finalmente recebe o tratamento necessário. No entanto, a avó ressalta que toda a situação poderia ter sido evitada se a transferência para o hospital tivesse sido realizada de forma mais rápida. "Ele está no hospital em tratamento, mas o que mais indigna é que nem precisava ter passado por tudo isso se tivesse sido encaminhado ao hospital mais rápido", afirma Angela.

Veja a nota da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública):

O paciente deu entrada na UPA Vila Almeida no dia 18 de abril devido a um quadro respiratório iniciado há dois dias. Ele foi mantido em observação em uso de oxigênio e iniciado tratamento medicamentoso, além da coleta de exame. O mesmo evoluiu sem melhora e resposta ao uso dos medicamentos, sendo solicitada transferência para passar por exames e atendimentos complementares no hospital. Durante toda a sua permanência na unidade ele foi devidamente assistido, sendo acompanhado pela equipe médica e de enfermagem durante 24h. O paciente foi transferido no dia 21 de abril para o Hospital Regional, sendo transportado por ambulância do SAMU. A Sesau reitera que toda a assistência possível foi prestada ao paciente, sendo que o mesmo permaneceu sim em uso de oxigênio, fez o tratamento medicamentoso, porém sem resposta, e transferido dentro do prazo protocolar. Cabe ressaltar que o tempo de espera varia de acordo com o quadro clínico  do paciente e disponibilidade momentânea de vagas.

* Matéria alterada às 10h50 para acréscimo de posição da Sesau