Nesta quarta-feira (9) comemoramos o Dia Nacional da Adoção. Para saber um pouco mais sobre o assunto, fomos conversar com a professora Renata Françoso, que é voluntária em um grupo de apoio à adoção, o Geaav (Grupo de Apoio à Adoção Vida) desde 2016, quando adotou o primeiro de seus filhos. Sendo professora, o desejo de ser mãe por adoção sempre foi forte para Renata e, após ter o primeiro filho, conversou com o marido para adotarem.
Renata conta que o desejo pela adoção entrou em sua vida ainda na faculdade de Pedagogia e pesquisou casas abrigo de Campo Grande. "O desejo ficou guardado e assim que foi possível, coloquei o sonho em prática. Então, em 2015, dei entrada no processo de habilitação para adoção e, em 2016, recebi meu filho por adoção. Porém o desejo por ter uma menininha permaneceu e retornamos para a fila do CNA (Cadastro Nacional de Adoção), e em 2017 recebi minha filha. Hoje tenho os três filhos com 11, 7 e 6 anos.
Para a professora, os trâmites para adoção legal precisariam ter mais efetivo para ser menos moroso. "Acredito que o processo de adoção precisa ser mais valorizado no sentido de ter mais funcionários para dar andamento nos processos que muitas vezes ficam parados devido ao número de trabalhadores. Sabemos que o processo precisa ser muito cauteloso, como é, pois estamos falando de vidas de crianças que já tiveram seus direitos de alguma forma negligenciados. Porém, a demora devido à equipe ser pequena é muito triste", pontua.
No último domingo, o grupo do qual Renata participa organizou um piquenique para comemorar o Dia Mundial da Adoção, com o intuito de reunir famílias formadas por adoção. "O objetivo é mostrar para a sociedade que a adoção é mais uma linda forma de se formar uma família e, assim, quebrar mitos e medos de possíveis adotantes. O preconceito ainda é muito grande e precisamos abrir os corações daqueles que têm o desejo, mas temem que não dê certo. Nossa luta é para que todas as crianças e adolescentes que estão nos abrigos, à espera de uma família, tenham esse direito garantido", comenta.
Para Renata, não há como diferenciar o amor pelos filhos, não importa se biológicos ou adotivos (Foto: Arquivo Pessoal)
Para quem pensa em adotar, a mãe salienta que é importante passar por todo o processo legal. "Para aqueles que têm o desejo, sempre digo para concretizarem a adoção, passarem pelo processo legal do Fórum, jamais aceitar receber uma criança sem ser pelo Fórum, preparação é fundamental para essa maternagem tão especial."
Ela destaca, ainda, que participar do grupo de apoio ajuda muito nesse momento e em todos os outros passos dessa jornada. "Para os que têm medo de não amar igualmente os filhos, como tenho filho biológico e por adoção, sempre digo que o amor de mãe é sempre igual, o que muda são as circunstâncias. Todo filho vem com o combo de sentimentos, não importa como chegam para nós, qual o tipo de parto... Em nossas reuniões mensais sempre digo para os pretendentes pensarem se 'amariam mais o filho que nasceu de parto normal ou de cesária?'", pontua.
Ciência de ser "filho do coração"
Renata conta que é importante sempre conversar com a criança sobre a forma como elas chegaram até a família. "Nas reuniões do grupo de adoção sempre conversamos sobre a importância de conversar sempre com os filhos sobre como eles chegaram para nós. Aqui em casa eles falam e perguntam abertamente sobre isso. Tenho fotos na parede do dia em que fomos ao abrigo para buscar cada um, e sempre contamos com foram emocionantes cada um desses dias. Eles adoram ouvir as histórias deles!"
Por fim, Renata convida aos interessados em adoção para participarem das reuniões mensais. "Deixo o convide para aqueles que quiserem saber mais sobre a adoção para participarem das nossas reuniões mensais. Sempre divulgamos as datas na nossa página do Facebook.com/GEAAV e no grupo de WhatsApp".
Para quem quiser ser adicionado ao grupo do WhatsApp, Renata deixa seu número para contato. (67) 99228-9664.