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25/07/2016 09:11

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Filho da terra, Ilton Silva relembra raízes que inspiram suas pinturas

Em um quarto de um dos hotéis mais antigos de Campo Grande, telas, tintas e pincéis são os instrumentos para a criação de obras com características que, para quem já viu antes, não deixa dúvida sobre a autoria. A cidade não foi tímida em crescer por todos os lados, mas o lugar ainda mantém algumas lembranças fortes, juntando inspirações novas com as antigas no processo criativo de Ilton Silva.

A arte na vida do pintor de 73 anos, nome conhecido não só em Mato Grosso do Sul, como em outros países, é inevitável. O olhar delicado para as belezas do dia a dia surgiu ainda na cidade de Ponta Porã, onde nasceu, e foi inspirado primeiramente por mulheres, sua mãe, Conceição dos Brugres, conhecida como importante personagem na cultura regional, e as benzedeiras que observava na época de sua infância.

Desde os anos 90 Ilton vive no interior de Santa Catarina, na pequena cidade de Itapoá, com a tranquilidade praiana para trabalhar. Em visita à Campo Grande, ele revê velhos amigos, observa as novidades e não abre mão de pintar e mostrar suas novas obras, que ficam expostas pelo ‘hotel atelier’, como define, para apreciação de hóspedes, visitantes e potenciais compradores.

Obra: Ilton Silva

“Mesmo enquanto eu morei na cidade já fiz desse hotel meu atelier particular, há 40 anos pinto ali e sempre retorno, pra me encontrar é assim. Há muitos anos, vários artistas frequentavam esse lugar, era tudo bem diferente, mas os trilhos do trem ainda estão firmes”, relembra. Próximo ao local ficava a estação ferroviária da Capital do então estado de Mato Grosso, onde desembarcou pela primeira vez vindo do interior, com 13 anos de idade, em 1956.

Ele conta que já naquela época arriscava, naturalmente, seus dotes artísticos com rabiscos no chão e madeira. “Minha primeira profissão foi engraxate, mas sempre fui muito observador das coisas, pessoas. Em um momento, fui trabalhar com meu tio, que fabricava erva mate, fumo, carne seca, melado e queijos. No chão daquele lugar comecei a fazer alguns desenhos e depois saía na rua tentando vender outras artes que eu fazia”, relata.

Foto: André de Abreu

Seu trabalho durante todas essas décadas é, geralmente, feito em séries que levam materiais e temas diferentes. A primeira delas traduz o carinho das mulheres chamadas de benzedeiras, que muitas vezes substituíam médicos, em uma região humilde, sem muitos recursos como era no interior.

“Minha mãe mesmo foi benzedeira. Elas colocavam criança no colo e curavam com o amor, então com aquela admiração comecei a desenhá-las, ainda muito jovem, com onze anos. Eu estudava na escola da minha tia e ela deixava eu usar a lousa para desenhar. Quando eu terminava, fechava a escola” narra Ilton.

A princípio utilizando seda, carvão, terra e madeira, ele se virava, mas agradece que o período sem recursos o fez adquirir um ‘não-preconceito’ com nenhum tipo de material. Desde então, já foram produzidas cerca de 30 séries, expostas em países como Estados Unidos, Alemanha, Portugal e Argentina.

Obras: Ilton Silva

Autodidata, fugiu das escolas de arte que tentou concluir em São Paulo, desenvolvendo o estilo próprio e trabalhando bastante. Por um tempo, Ilton vendeu sua arte na antiga Feira Central, em Campo Grande “Eu pintava em espelhos com alguns provérbios, isso vendia pra burro. O que eu fazia vendia tudo, mas as vezes dava o azar de quebrar tudo e começar outra vez” ri.

Suas obras estão expostas em alguns museus de Campo Grande e no Hotel União, onde podem ser adquiridas diretamente com o artista. Para entrar em contato com Ilton Silva e conferir os quadros à venda, basta entrar em contato pelo telefone (67) 99224-7111 para falar com Gleiner.

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