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19/04/2014 06:15

Mesmo com a primeira aldeia urbana do país, falta discussão sobre a situação dos índios na Capital

Dia Nacional do Índio

Hoje, dia 19 de abril, celebra-se o Dia Nacional do Índio. Uma data criada pelo então presidente Getúlio Vargas, no ano de 1943 através do decreto 5.540, em referência a realização do primeiro Congresso Indigenista Interamericano, no México em 1940.


A data serve para lembrar, primeiramente, que índio também é gente. Uma afirmação obvia, mas que em Mato Grosso do Sul as vezes parece esquecida. Em um Estado que tem sido palco de agressões monstruosas contra Terenas e Guaranis Kaiowá.


São assassinatos, fazendeiros jogando pesticidas nas crianças indígenas e envenenando a água onde eles bebem, índios que moram nas margens das rodovias sendo atropelados e depois abandonados sem socorro, ações para impedir a entrega de cestas básicas nas comunidades. Resumindo, um verdadeiro genocídio.


(Foto: Deivid Correia)

Memorial foi criado no final da década de 90. (Foto: Deivid Correia)


A aposentada Maria Izabel Ferreira, de 66 anos, que mora próxima da Aldeia Urbana Marçal de Souza, relata que sempre ajuda a comunidade vizinha doando alimentos e roupas e se sente envergonhada pela situação dos indígenas em todo o país. “É uma humilhação o que eles vivem”, comenta.


“Não sei como alguém tem coragem de dizer que índio não é gente, que eles devem morrer, que são 'atrasos de vida'. Jesus pregou compaixão e respeito para todos, somos todos irmãos, semelhantes. As pessoas deveriam pensar nisso”, complementa a aposentada.


Infelizmente, o pensamento dela é minoria. “É muito fácil para alguém, sentado no sofá, dizer que o desenvolvimento econômico é mais importante do que uma vida”, explica Izabel sobre o fato da maioria da população acreditar que as terras indígenas devem ser utilizadas para o crescimento urbano.


(Foto: Deivid Correia)

Marçal de Souza é a primeira aldeia urbana do país. (Foto: Deivid Correia)


Atualmente, segundo dados da Funasa, Mato Grosso do Sul possui 70 mil indígenas, sendo a segunda maior população do Brasil. Muitos deles, buscando melhores condições de vida, deixam as famílias nas aldeias e se mudam para a cidade grande. A estimativa é que, em Campo Grande, vivam hoje mais de 10 mil índios de várias etnias.


A capital também viu ser construída em suas terras a primeira aldeia urbana do país, a Marçal de Souza, que foi conquistada depois de muita batalha dos índios terenas. Hoje, o local é sinônimo de conquistas, principalmente depois da criação de uma escola com educação diferenciada, com ensino de cultura e língua terena.


A aldeia, que é comandada pela primeira cacique mulher do Estado, acaba servindo para auxiliar os índios nos problemas enfrentados na cidade grande. “Os índios não estão preparados para morar na cidade”, declara Enir no documentário “Aldeia Urbana”, que será exibido hoje em rede nacional, às 14h30, na TV Brasil.


(Foto: Deivid Correia)

Espaço preserva cultura indígena. (Foto: Deivid Correia)


Talvez, em um Dia do Índio que caiu bem na Semana Santa, seja o convite para reflexão sobre a situação deste povo no Brasil. “Tenho medo do futuro, do que vai acontecer. Será que com a modernidade, com os prédios, com o crescimento das cidades, vai existir existir espaço para eles daqui uns anos?”, questiona Maria Izabel.

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