Com emoção e tributos ao professor Roberto Figueiredo, o documentário "Onde você estava?" foi lançado nesta quarta-feira (18), no teatro Aracy Balabanian, em Campo Grande. A data, planejada com antecedência, foi mantida por decisão da UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), Setesc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte e Cultura), Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e pela família do professor, como homenagem após seu falecimento na semana passada.
Segundo a pró-reitora de Graduação e Extensão da UCDB, Rubia Renata Marques, Roberto Figueiredo insistiu para que o lançamento ocorresse em 2024, marcando os 45 anos da instalação de Mato Grosso do Sul, em 1979. “Em contato com a família, ouvimos o desejo de manter a data conforme ele havia sonhado”, destacou. Rubia também relembrou a parceria de 18 anos com Figueiredo e enfatizou a importância do projeto. “Isso é a realização de um sonho que ele deixou para todos nós.”
Durante o evento, o secretário Marcelo Miranda (Setesc) exaltou o legado deixado por Roberto. “Difícil estar aqui sem ele, mas o Beto está presente em sua obra e em nossas memórias. Vamos celebrar a vida e tudo o que ele plantou em nós.”
As homenagens incluíram apresentações do grupo Senta que o Leão é Manso, com o poema Versos deste Chão e um trecho da peça Ato de Sobrevivência, dirigida por Figueiredo. O grupo de dança Arara Azul apresentou a coreografia Retrato em Preto e Branco, e a musicista Lenilde Ramos tocou ao piano a música Velhos Amigos, de Paulo Simões.
Documentário reflete sobre a identidade de MS
Após as homenagens, o documentário foi exibido, trazendo depoimentos de historiadores, jornalistas, artistas e comerciantes sobre a divisão de Mato Grosso em 1977 e a instalação de Mato Grosso do Sul em 1979. Em entrevista recente, Roberto explicou sua motivação: “Sempre quis saber o sentimento da população com a instalação de MS. Para muitos de nós, isso foi uma surpresa, especialmente no interior.”
O filme reúne relatos de dez personalidades, incluindo Lenilde Ramos, Américo Calheiros e Humberto Espíndola, com visões emocionais e históricas sobre o período. Humberto, por exemplo, comentou: “Não sabia bem se queria ou não queria, mas sabia que algo grande estava acontecendo. Aqui foi uma festa, enquanto em Cuiabá houve má repercussão.”