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Campo Grande

10/01/2019 07:00

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Duas pessoas tentam se matar todos os dias em Campo Grande

Entenda melhor esses números tão preocupantes, perceba sintomas e saiba onde procurar ajuda

Entre janeiro de 2012 e dezembro de 2017, período de seis anos, 4.892 pessoas tentaram se matar em Campo Grande, informou o NPV (Núcleo de Prevenção às Violências e Acidentes e Promoção à Saúde), órgão da prefeitura da cidade.

O dado remete a uma assustadora estatística: a cada dia duas pessoas quiseram deliberadamente por fim as próprias vidas. O assunto, embora a gravidade, ainda é um tabu no país.

O último episódio ocorrido na cidade envolveu uma enfermeira de 39 anos de idade, que teria se matado injetando remédios no corpo. 

O Coren (Conselho Regional de Enfermagem) manifestou-se por meio de nota emitida à imprensa.

“É imprescindível lembrar que a depressão é um dos principais fatores que levam ao suicídio na área da saúde. Situações de crises profissionais em decorrência de baixos salários, cargas horárias exaustivas (pelo fato do profissional possuir mais de um emprego, em muitos casos), precariedade em materiais e equipamentos, falta de segurança física, entre outros fatores, interferem no emocional dos profissionais de saúde, em especial na enfermagem, ofício este que exige o acompanhamento dos pacientes 24 horas por dia”, alertou o conselho.

ATO

Ao menos cem pessoas entre as quais técnicos da área de saúde e enfermeiros do Hospital Regional, em Campo Grande, onde a enfermeira que teria se matado trabalhava, fizeram protesto por redução de jornada de trabalho na segunda-feira (7).

Cartazes segurados pelos manifestantes indicavam que a enfermeira estava com depressão, doença que teria sido motivado pela alta carga de trabalho. O expediente no hospital consome dos profissionais 40 horas semanais e mais 60 horas de plantões extra por mês. Os enfermeiros querem que a jornada caia para 30 horas por semana.

O comando do hospital ainda não se pronunciou e informou que vai tratar do assunto ainda nesta semana.

ESTATÍSTICA

Também segundo dados do NPV, a maioria das tentativas de suicídio envolve jovens de 15 a 29 anos de idade.

CAUSAS

Ana Carolina Negreiros, psicóloga e orientadora educacional escreveu sobre o assunto no saibamais.org.br/suicídio/

Como identificar um comportamento suicida, segundo a psicóloga?

É sempre bom ficar atento, pois todo suicida apresenta sinais. Ele sempre dá um grito de socorro, seja com palavras ou atitudes. Se alguém usa frases como: “não vejo razão para continuar vivendo”, “quero morrer” e “minha vida não tem sentido”, não ignore, porque são sinais evidentes. Os casos mais difíceis de identificar são os das pessoas que usam álcool ou drogas, pois elas podem se suicidar num momento de alucinação ou num momento de surto devido ao uso abusivo destas substâncias. Sendo assim, quando se trata de um dependente químico, é sempre bom ficar de olho.

É importante observar os que sofrem de depressão severa ou transtorno bipolar. A tristeza profunda e a falta de sentido, podem levar o indivíduo a querer livrar-se da dor. No caso do transtorno bipolar, ambas as fases (tanto mania, quanto depressão) são perigosas. Na fase da mania, as pessoas têm atitudes exageradas que diminuem seu medo da morte como, por exemplo, andar em alta velocidade e fazer uso de substâncias perigosas em exagero, ocorrendo um suicídio não intencional. Já na fase da depressão, devido à oscilação do humor, a pessoa age como se estivesse na depressão severa.

SERVIÇO

A prefeitura de Campo Grande mantém o Programa Municipal de Prevenção ao Suicídio. O serviço funciona dentro do Núcleo de Saúde Mental do CEM (Centro de Especialidades Médicas), que fica localizado na localizado na Travessa Guia Lopes S/N – Bairro São Francisco. As consultas acontecem as terças e quartas-feiras, mediante agendamento.

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