Cinco dias após cair de bicicleta e quebrar a clavícula, uma adolescente de 17 anos, aguarda por cirurgia, na Santa Casa de Campo Grande. Segundo o pai da menor, a menina é coloca em jejum diariamente e fica horas sem medicação para dor.
Ao TopMídiaNews, o promotor de vendas, Cleiton da Silva Pereira, 34 anos, disse que desde a internação da filha, apenas no primeiro dia o médico passou para avaliar a situação e informou sobre a necessidade de cirurgia.
"Ela foi diagnosticada com uma fratura grave, onde os ossos da clavícula ficaram bastante afastados. O médico explicou que, devido à gravidade do caso, a colocação de gesso poderia romper a pele e, que a cirurgia era urgente, mas até o momento o procedimento não foi realizado", conta.
Ainda segundo o pai, a adolescente é colocada em jejum absoluto todos os dias, sem poder comer ou beber água, o que intensifica a dor. Além disso, ela fica sem medicação adequada para alívio da dor.
"O que a gente sabe é o que os enfermeiros falam, mas a cirurgia não sai", desabafa.
A família pede agilidade e apoio do hospital sobre o caso da menor. "Queremos que o hospital tome uma providência imediata e ofereça o tratamento necessário para a recuperação dela", pede Cleiton.
A reportagem entrou em contato com a Santa Casa sobre o caso.
Em resposta, o hospital informou que a paciente teve um trauma leve com fratura de clavícula, se tratando de uma lesão de baixa complexidade. A Santa Casa é referência em alta complexidade, por isso, segundo a nota, diversos pacientes de criticidades bem maiores são encaminhados para o hospital, fazendo com que haja necessidade de classificação de risco.
"Reiterando, a referida paciente apresenta uma lesão de baixa complexidade. Infelizmente, pode ocorrer com frequência, não só com ela, mas com outros pacientes, a necessidade de reprogramação de cirurgia. Nos últimos dias, o número de fraturas expostas, que essas sim necessitam de um cuidado emergencial, aumentou na Santa Casa, e isso fez com que outros procedimentos ficassem a posteriori. O fato da paciente ser submetida ao procedimento de jejum, que inclui líquidos e sólidos, é para que, havendo a possibilidade da realização da cirurgia da paciente, devido à remarcação de outros pacientes ou mudança dos planos de mapa cirúrgico, ela esteja apta realizar o procedimento. É um mecanismo utilizado para deixar a paciente pronta e à disposição de ter a sua cirurgia realizada. Infelizmente, nós estamos passando por situações de dificuldade. Dificuldade devido ao grande número de pacientes e pacientes graves, que necessitam de atendimento com maior prioridade devido à sua classificação pelo grau de risco", diz a nota do hospital sobre o caso da adolescente.
*Matéria alterada em 17/02 para acréscimo de resposta da Santa Casa