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Campo Grande

12/08/2022 08:56

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Campo Grande tem redução de 70% no índice de mosquitos-da-dengue

Das 71 áreas analisadas, 66 estão com dados satisfatórios

Em Campo Grande, equipes de saúde realizaram coleta de dados onde foi demonstrado a redução de 70% de infestação de mosquitos-da-dengue. O chamado LIRaa (Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti) aponta a diminuição na quantidade de áreas em situação de alerta em comparação com o último levantamento de junho, saindo de 18 para cinco com índice de infestação superior a 1% a 3,9%, o que representa uma redução 72%.

O levantamento foi divulgado pela CCEV (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais), da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde de Campo Grande).

Das 71 áreas que compõem o levantamento, 66 aparecem com índices considerados satisfatórios – abaixo ou igual a 1% de infestação. Apenas as áreas das respectivas unidades de saúde dos bairros Vila Carvalho, Vila Corumbá, Mário Covas, Botafogo e Silvia Regina continuam em alerta, com índice de infestação de 1% a 3,9%.

No LiRaa divulgado junho, 18 áreas apareciam em alerta  e 53 em situação satisfatória. Nos dois últimos levantamentos nenhuma área apareceu com índice considerado de risco. É possível acessar os levantamentos completos, junho de 2022  e agosto de 2022 clicando nas respectivas datas.

O secretário José Mauro Filho destaca que a redução nos índices de infestação e de casos das arboviroses deve ser comemorado, mas é preciso que todas a população continue colaborando.

“Isso mostra que nossas ações fazem a diferença. Temos trabalhando diariamente para evitar que o nosso Município e nossa população sofra ainda mais com as doenças transmitidas pelo mosquito (Aedes aegypti), como a dengue, zika e chikungunya. No entanto, isso não significa que a gente pode relaxar agora. Temos que continuar atuando e contando com a colaboração da população para reduzir ainda mais esses índices”, destaca.

O secretário chama a atenção para o fato de 80% dos focos ainda serem encontrados nas residências, em objetos passíveis de descarte na coleta de lixo comum.

“Diferente do que muita gente pensa, a maioria dos focos do mosquito está dentro do nosso lar. Naquele vaso de planta que fica no fundo, de quintal, na calha entupida e em materiais inservíveis jogados no quintal. Portanto, é preciso que isso sirva de alerta para a população e que todos nós tenhamos consciência. O poder público faz a sua parte, mas é extremamente necessário o envolvimento de todos nesta batalha”, disse.

Os casos de dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypty, têm se mantido, estáveis em Campo Grande. Há dois anos o Município não enfrenta uma epidemia da doença.

Casos

De 1 de janeiro ao dia 9 de agosto de 2022 foram registrados 12.721 casos notificados de dengue e sete óbitos provocados pela doença.  No mês de julho foram notificados 641 casos, o que representa uma redução de 65% em relação ao mês anterior, onde foram notificados 1.866 casos da doença.

Em 2019, Campo Grande registrou 44.871 casos e oito óbitos provocados pela dengue. À época, a Prefeitura realizou uma força-tarefa batizada “Operação Mosquito Zero”, envolvendo a sociedade civil organizada e todas as secretariais municipais.  Foram realizadas ações de manejo nas sete regiões urbanas e distritos do Município para conter o avanço da doença.

No ano seguinte, 2020, os casos caíram pela metade, resultado do trabalho executado. Em todo o ano, foram 20.198 notificações e 7 óbitos. Mesmo durante a pandemia de Covid-19, os trabalhos de combate ao mosquito Aedes aegypti continuaram sendo realizados,  o que levou o Município a registrar uma redução histórica de mais de 90% nos casos em 2021. Em todo o ano passado, a Capital registrou 5.288 casos notificados de dengue e 4 óbitos provocados pela doença.

A redução do número de casos de dengue é reflexo das diversas ações que foram adotadas pelo Município nos últimos anos.  Além do trabalho de rotina que é realizado pelos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias,  o trabalho de manejo foi intensificado neste ano a partir da reedição da campanha Operação Mosquito Zero – É matar ou morrer.

Às sete regiões da cidade receberam ações de recolhimento de materiais inservíveis e eliminação de focos. O serviço do Fumacê também foi intensificado. Hoje as equipes percorrem os bairros e regiões mais críticas durante o período diurno (matutino e vespertino) e de madrugada.

Outras estratégias complementares, como o Método Wolbachia, foram adotadas. Os chamados Wolbitos, os mosquitos Aedes aegypti com a bactéria capaz de evitar que os insetos transmitam a dengue, zika e chkungunya,  já estão presentes em quase todas as regiões da cidade.

Na próxima semana, uma nova  metodologia será implementada no método, o Wolbito em casa. Campo Grande será a primeira cidade do mundo a realizar a ação.

“Iremos mobilizar 3 mil alunos  das nossas escolas municipais para conscientização, qualificação e inclusão no processo de combate às arboviroses. Um projeto que com certeza dará resultados importantes na próxima década no manejo das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti “, finaliza o secretário.

O Método Wolbachia é desenvolvido pelo Word Mosquito Program (WMP) e está presente em 12 países. No Brasil, além de Campo Grande, participam do projeto outras quatro cidades: Rio de Janeiro (RJ), Niteroi (RJ), Petrolina (PE) e Belo Horizonte (BH).

 

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