A Câmara de Campo Grande fez reunião, nesta terça-feira (9), com a secretária municipal de educação, Elza Fernandes. Ela explicou sobre a intenção da retomada das aulas presenciais de forma gradativa e com segurança para os alunos, profissionais e familiares.

A reunião foi solicitada pela Semed (Secretaria Municipal de Educação) para esclarecer sobre o retorno das aulas da Rede Municipal de Ensino. A rede possui 202 unidades, mais de 109 mil alunos e mais de 13 mil servidores.

A suspensão das aulas presenciais vai até 1º de julho, mas, segundo ela, o decreto pode ser alterado a qualquer momento. “[O decreto foi publicado] para que nós pudéssemos fazer um planejamento de volta às aulas. Temos a convicção que as aulas presenciais devem retornar. Os alunos ficaram um ano fazendo de casa e a gente sabe do prejuízo pedagógico e emocional pelo não convívio social, mas, neste primeiro momento de circulação do vírus, tomamos a iniciativa de iniciar 2021 com aulas remotas”, disse ela, que reforçou que as crianças são assintomáticas em sua maioria. 

Elza diz que, em 2020, não havia nenhuma experiência na situação de pandemia, e citou a transmissão pelos conteúdos e aulas pela TV Reme, com parceria com o governo do Estado, criação do app Rádio Reme, Canal do Youtube e caderno de atividades. “Ano passado, esses cadernos foram organizados pelas escolas e esse ano a Semed fará a confecção de forma unificada e faremos a impressão em gráfica para ser distribuídos aos alunos. As escolas terão de fazer grupos de WhatsApp e Facebook para o acompanhamento”.

Evasão

Ela cita que em um cenário de 75 mil alunos, 1.500 não acompanharam as aulas e foram encaminhados ao Conselho Tutelar. 

Retomada

A secretária afirmou que fará reunião com o Ministério Público, onde demonstrará a intenção de retornar gradativamente e com planejamento, junto ao transporte público, que fora reduzido com a pandemia.

“Não estamos de braços cruzados esperando a pandemia passar. Mas temos de ter um retorno com segurança. Eu não poderia retomar em 1° de março com ensino hibrido e escolher 40% de alunos para frequentar. Temos as crianças que possuem meses de idade a 5 anos, que usam o ensino infantil integral. Além do problema de não termos o transporte público, que é utilizado pela maioria dos alunos. Vamos iniciar o hibrido com os maiores do ginásio e, na última etapa, o ensino de educação infantil porque o contato é maior [troca, alimentação e banho].”

O que disseram os vereadores

Valdir Gomes (PSD) afirmou que é essencial a vacinação de todos os profissionais do setor antes da retomada. O vereador Marcos Tabosa (PDT) concordou e disse que o Sisem (Sindicato dos Servidores Municipais de Campo Grande) não permitirá a volta, sem que os funcionários sejam vacinados. 

Ronilço Guerreiro (Podemos) pediu que a Semed crie um programa de apoio e saúde mental aos professores. 

Clodoilson Pires disse que é necessário analisar o impacto no futuro das crianças, que ficaram mais de 12 meses sem aulas presenciais. Para ele, os danos devem ser minimizados. 

Victor Rocha (PP) afirma que o Brasil só voltará a normalidade após a imunização total da população. Ele falou que as aulas tiveram de ser adaptadas e questionou a secretária sobre as crianças de vulnerabilidade, que não tem acesso à internet, tablet ou outros meios.