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Campo Grande

Sem recolhimento do lixo, condomínios dependiam de serviço contratado

18 setembro 2015 - 17h59Por Amanda Amaral

A greve dos funcionários da coleta de lixo em Campo Grande teve fim declaradona tarde desta sexta-feira (18), mas muitos campo-grandenses já haviam procurado soluções alternativas para a questão, sem expectativas de que o serviço fosse retomado tão em breve.

Em locais onde esse material é acumulado muito rapidamente, como os grandes condomínios residenciais, o problema era bastante aparente. O inconveniente tomava proporções insalubres, que incomodavam não só os moradores, mas também os vizinhos e quem transitava pelas calçadas.

Foto: Deivid Correia

“O problema é que os funcionários tiveram que achar um jeito de realocar esses sacos, de maneira que não atrapalhasse os pedestres e que os animais não mexessem e espalhassem, por exemplo”, disse Reinaldo da Silva, 45 anos, zelador do Residencial Itacolomi, que conta com 152 apartamentos e está localizado na Avenida Mato Grosso, no bairro Carandá Bosque.

O residencial possui um espaço grande para depositar o lixo, mas como a coleta que era realizada três vezes na semana não apareceu, não foi o suficiente para comportar tanto material. O síndico do local resolveu contratar uma empresa particular para fazer a retirada do lixo dos 152 apartamentos, utilizando o dinheiro acumulado da própria de condomínio, guardado para situações emergenciais.

Foto: Deivid Correia

Duas caçambas também faziam uma ‘força extra’ para o depósito do material no edifício Garden Botanic, na Avenida Presidente Ernesto Geisel. Segundo o responsável pelos serviços gerais do local, Célio Adriano Moreira, de 35 anos, o aluguel das caçambas ajudou ao menos a destinar provisoriamente o lixo, mas o forte cheiro causado após dias de exposição ao sol é alvo constante de reclamação dos moradores. “Incomoda, né. E não tem muito o que fazer, além de esperar que venham aqui catar tudo pra levar pro lixão”, disse o funcionário. 

Foto: Deivid Correia


Em um dos condomínios, o lixo descartado pelos moradores de 198 apartamentos já se acumulava há três dias em caçambas na frente do local, no prolongamento da Rua 14 de julho, bairro Monte Castelo. A quantidade ocupava algumas vagas de estacionamento em frente ao local, o Edifício Garden das Palmeiras.

O mesmo foi feito no Condomínio Parque Residencial Indaiá, localizado na mesma rua e bairro, que possui 25 blocos, com quatro apartamentos em cada um. “Foi um acordo feito entre os síndicos, porque é impossível juntar por muito tempo, é perigoso até pra saúde da gente”, disse o porteiro Willian Martins Gomes, de 22 anos. Somente as folhas secas colhidas por funcionários da limpeza ainda permanecem por ali, porque não causam risco de saúde.

Greve 

A Solurb, empresa responsável pela coleta do lixo em Campo Grande, alegava que a prefeitura deixou três faturas em aberto, referente ao mês de junho, julho e agosto que corresponde a R$ 23,8 milhões, e alegavam não ter dinheiro em caixa para efetuar o pagamento dos funcionários.

Na terça-feira (15), o juiz Alexandre Ito, da 2ª Vara da Fazenda Pública e de Registros Públicos do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS) acatou liminar que pedia o retorno da coleta do lixo disposto nas ruas de Campo Grande em sua totalidade, responsabilidade da concessionária CG Solurb Soluções Ambientais Ltda., sob a pena de multa diária de R$ 50 mil a R$ 1 milhão.

Foto: Deivid Correia

Em alguns dias da semana, a Prefeitura Municipal disponibilizou uma força-tarefa, formada por funcionários da Seinthra (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação) e voluntários, para fazer o recolhimento do lixo, especialmente na região central.