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Cidades

Bolsonaro erra ao dizer que covid acabou com a dengue: em 2020, 42 morreram em MS

Porém, número nem se compara aos mortes pelo novo coronavírus: mais de 4 mil ano passado

19 abril 2021 - 19h02Por Thiago de Souza

A fala do presidente Jair Bolsonaro, dando conta que mortes por dengue foram mascaradas em razão da covid-19, não procede, pelo menos em Mato Grosso do Sul. No período da pandemia, morreram 42 pessoas pela doença, dez a mais que o ano anterior, 2019. 

Boletim epidemiológico da Secretaria Estadual de Saúde, obtido pelo TopMídiaNews, mostra a série histórica de óbitos pela doença tropical, transmitida pelo Aedes Aegypt.  Em 2017, três sul-mato-grossenses perderam a vida; 2018 foram quatro óbitos; 2019 foram 32 vidas perdidas e, por fim, 2020, 42 óbitos, o mais alto dos últimos oito anos. 

Até a edição do boletim mais recente, dia 14 de abril, cinco pessoas já morreram por dengue no Estado neste ano. As mortes ocorreram em Corumbá, Dourados, Campo Grande, Três Lagoas e Caarapó. Neste caso, duas mortes ocorreram em janeiro, uma em fevereiro e duas em março deste ano. 

Acusações

Bolsonaro se apoia em dados reais para insinuar que, mortes causadas pela dengue foram registradas como se fossem por covid-19. Ele profere esse discurso desde que a pandemia chegou ao Brasil. 

‘’Há pessoas que morrem de covid e outras que morrem com covid’’, disse o presidente em diversas ocasiões. Ele tenta reforçar a tese dele, que diz que, muitas vezes, uma pessoa morre por infarto, mas que basta ter o vírus no organismo, que a morte é registrada como causada pelo novo coronavírus. 

No entanto, viu-se que em Mato Grosso do Sul a situação não procede. Já em São Paulo, uma notícia da Band, de fevereiro deste ano, mostra que em 2020, não houve nenhuma morte por dengue na cidade de São Paulo. 

Os dados obtidos pela emissora paulista vieram da Coordenadoria de Vigilância em Saúde de São Paulo. Além de nenhuma morte por dengue, os números mostram também uma queda de 88% nos casos da doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. Mesmo que o número seja surpreendente, ainda não há nenhum indício que mortes por dengue tenham sido mascaradas pela covid.