Grande “abacaxi” herdado do antigo governo, o Aquário do Pantanal terá o futuro revelado na segunda-feira n(6), após visita do novo governador, Reinaldo Azambuja. O empreendimento, deixado por André Puccinelli, já consumiu quase R$ 300 milhões e ainda sequer abriu as portas para a população.
Conforme publicado no site oficial do Governo do Estado, Reinaldo fará uma vistoria às obras do Aquário do Pantanal, às 9h30 de segunda, quando deverá anunciar medidas administrativas relativas ao empreendimento, que está sendo edificado no Parque das Nações Indígenas.
Nesta semana, na quarta-feira, no último dia à frente do Governo de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, do PMDB, entregou a gestão do Aquário do Pantanal para a concessionária Cataratas do Iguaçu. O contrato foi publicado no Diário Oficial do Estado de hoje, 31 de dezembro, quando André se despede do comando do Executivo regional.
Conforme o contrato, a Cataratas do Iguaçu vai administrar o Aquário pelos próximos 25 anos. A obra sequer foi finalizada e já foi entregue à iniciativa privada. Segundo os cálculos do governo, 90% do Aquário está completo, e a empreita deve terminar em 120 dias.
Pelas normas do edital da licitação, que a Cataratas do Iguaçu participou sozinha e foi vencedora, assume toda a gestão do Aquário pelos próximos 25 anos.
Cálculos
O preço médio a ser cobrado pela visitação é de R$ 21 - R$30,88 a inteira, a meia a R$15,44 e a opção por grupos com ingressos por R$ 20,70. Segundo a estimativa que consta no edital, a previsão é receber 5,8 milhões de pagantes nos 25 anos. Na prática, levando em conta o preço médio de R$ 21 pelo ingresso, a empresa tem previsão de arrecadar R$ 121,8 milhões no período.
O problema é que a concessionária terá que investir R$ 140 milhões, como contrapartida para assumir a gestão do empreendimento. Pelos cálculos oficiais, a Cataratas do Iguaçu teria um prejuízo de R$ 18,2 milhões nos 25 anos.
O déficit estimado é mais um ponto de interrogação que envolve toda a obra do Aquário do Pantanal.
Conforme os números oficiais, a obra custou R$ 135 milhões. O problema é que o cálculo leva em conta apenas a infraestrutura básica, o prédio em si. Ou seja, todo o resto, de sistema de ar condicionado ao suporte à vida, não entra nas contas oficiais.