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Retrospectiva

há 4 meses

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Dos 29 feminicídios no MS, maioria foi à faca e após mulher dizer 'não quero mais'

Em geral, filhos e mães das vítimas testemunharam os crimes

O feminicídio arrasou 29 famílias em 2023 no Mato Grosso do Sul. Os números mostram que os ataques se dão majoritariamente em casa e quase sempre à faca. O simples fato de dizer ''não quero mais'' faz da mulher uma potencial vítima desse tipo de crime. 

O único fato a celebrar é que houve 13 ''mortes a menos'' que 2022, que somaram 42. Em 2021 foram 34 vidas perdidas. Nas reportagens do TopMídiaNews deste ano, o termo ''ex'' aparece com frequência nos textos. Isso, porquê ex-maridos, ex-namorados e até ex-ficantes não aceitam o fim da relação. 

Um dos mais recentes casos de ex que não aceitava o fim da relação foi a morte de Gilka Simone Nunes, de 47 anos, no final da tarde de 4 de dezembro. Eles estavam juntos há cinco anos e há três meses iniciaram processo de separação. 

Daniel, o suspeito, decidiu terminar a relação da pior forma possível. Enfiou facas artesanais no corpo da vítima e fugiu desorientado pela BR-163, quando foi preso. 

Faca 

Os crimes de feminicídio têm um elemento em comum: quase todos são cometidos com o autor armado de faca. E não só isso! A ideia de posse do homem sobre a mulher é tão profunda que quando esse domínio é ameaçado ou rompido, o crime acontece com requintes de crueldade. Muitas vezes são dezenas de facadas que deixam marcas de sangue por toda a casa. 

O detalhe é que todos os três feminicídios de dezembro deste ano foram à faca. Um na Aldeia Jaguapiru, outro em Nova Alvorada do Sul e terceiro nas Moreninhas em Campo Grande. 

                    Brenda morreu na frente do filho de sete anos no Caiobá (Foto: Repórter Top)

Você matou minha mãe!

Não bastasse toda a crueldade, muitos dos crimes são cometidos na frente dos filhos pequenos ou dos pais da vítima. São cenas e momentos que levam as testemunhas a um universo de terror e nem o remédio ''tarja preta'' mais forte do mundo é capaz de fazer esquecer a dor. 

Um caso que ilustra bem isso foi a morte da Brenda Possidonio de Oliveira, 25 anos, em 30 de junho deste ano, no Portal Caiobá. As facadas no pescoço foram dadas por Lyennan Camargo de Mattos Oliveira, 25 anos, na frente do filho de 7 anos, que gritou: ''você matou minha mãe''. 

Com Angela Maria Bonifácio dos Santos, 47 anos, não foi diferente. Ela morreu a facadas nas mãos do ex-namorado, Flávio Ferreira Rodrigues, 38 anos, em 2 de dezembro. 
Flávio não aceitava o fim do relacionamento, e passou o dia falando que ia matar sua ex-companheira. Ele ficou sabendo que Angela estava na casa da filha e abordou a ex em um bar. Houve discussão até que golpes de faca a mataram.  

Gilka foi morta a facadas pelo próprio marido

Gilka estava em processo de separação (Foto: reprodução rede social)

Números

O número abaixo dos dois últimos anos retrata uma batalha incessante da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) para proteger as mulheres dos agressores, seja com operações, trabalho diário e acolhimento, montando uma verdadeira rede de proteção pensando justamente na integridade física e psicológica dessas vítimas de violência doméstica.

Porém, neste ano de 2023, alguns picos de assassinatos preocuparam as autoridades que imaginavam um cenário mais tranquilo. Nas estatísticas disponibilizadas pela Sejusp (Secretária de Estado de Justiça e Segurança Pública), há um dado 'curioso' em relação à incidência de mortes cometidas em cada mês do ano.

Retirando o mês de janeiro de 2022, considerado um ponto fora da curva com 7 vítimas de feminicídio, os meses que mais tiveram ofensivas contra as mulheres foram: junho, julho e agosto. E de 2021 para cá, tiveram o mesmo número de mortes registradas: 6 no total.

Esses picos de ataques é que ainda um motivo de preocupação nas autoridades e principalmente na Deam.

Tratando-se ainda de números, dezembro de 2023 tende a ficar abaixo dos números de anos anteriores. Neste ano, foram apenas 3 mortes, comparadas as 4 de 2021 e 5 vítimas de 2022.

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