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RETROSPECTIVA

23/12/2019 17:00

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Em 2019, mulheres criaram coragem e denunciaram violência obstétrica sofrida há anos

Nesta retrospectiva, o TopMídiaNews lembra denúncias recentes e também com mais de 10 anos, que deixaram feridas e traumas na vida das mulheres

Casos de violência obstétrica, infelizmente, ainda são comuns no Brasil e, principalmente, em alguns hospitais de Campo Grande. Nesta matéria, a ideia do TopMídiaNews é fazer uma retrospectiva de algumas denúncias que chegaram até a nossa redação em 2019.

São histórias recentes e também com mais de 10 anos, que deixaram feridas e traumas na vida das mulheres que tiveram filhos no Hospital Regional. O primeiro relato mostrado foi de uma mulher que postou no grupo das redes sociais “Aonde Não ir em Campo Grande”, que dizia o seguinte:

“Numa capital, num hospital gigante, a mulher ter que sofrer muita dor no trabalho de parto, porque as "médicas" acham que elas devem passar por isso. Minha irmã deu entrada na maternidade deste hospital (Regional) com a bolsa rompida, ficou em "observação" até o meio da tarde, quando uma "médica" resolveu dar um remédio que induz o parto, pois minha irmã não tinha dilatação. O que a médica não levou em conta foi o prontuário da paciente, onde constava uso de remédios controlados devido a crises de ansiedade, e o relato da mesma de que em nossa família normalmente as mulheres não tem dilatação total para o parto normal. Assim, depois de quase 12h enfiando remédio para induzir, ela começou a entrar em trabalho de parto, com contrações fortíssimas de 3 em 3 mim, sofrendo muito com dor, e as médicas e enfermeiras grossas, dizendo a ela se queria ter filho era assim mesmo, que primeiro filho a mulher sofre, etc.”.

A partir deste caso, nós recebemos muitas denúncias nos nossos canais de comunicação, WhatsApp e Facebook, por exemplo.

Dessa vez, quem conta a história é Alice, nome criado pela reportagem para preservar a identidade da paciente, que prefere não se identificar, sobre episódio há oito anos, no parto de sua primeira filha.

“Tive minha primeira filha nesse hospital. Quando fui pra casa, meu leite empedrou, me deu febre e voltei lá, pois sentia muita dor. Uma enfermeira me atendeu, antes eu não tivesse ido lá, ela foi arrogante, perguntou se eu não alimentava meu bebê, que eu tinha que tirar o leite. Eu doava o leite, mas não dei conta de tirar, pois eu estava com muitas feridas no seio por conta da amamentação, então ela foi muito arrogante e agressiva, como se eu tivesse incomodando e como se eu quisesse estar lá com dor”, relembra traumatizada.

Mulheres vítimas de violência obstétrica também denunciaram piadas feitas pelos médicos, enfermeiros e integrantes das equipes da maternidade.

Simone conta que teve que ouvir comentários do tipo: “vou costurar direitinho pro seu marido não reclamar”, “essa é apressadinha”, “mulher parideira”, entre outros, sempre em tom de deboche, mesmo após ter sua filha sem assistência nenhuma.

Hospital Regional

É válido destacar que sempre que uma denúncia chegou ao TopMídiaNews, tentamos retorno do hospital denunciado. Em certo momento, até mesmo o Secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende (PSDB), alegou que desconhecia as denúncias de violência obstétrica no Hospital Regional.

“Eu participei de várias audiências sobre o assunto e sei que esses relatos e situações estão em uma linha muito tênue. Eu, como médico ginecologista, sei que isso é uma questão muito frágil, essa abordagem de violência obstétrica, porque há procedimentos que temos e que são milenares, mas hoje tem setores da sociedade que interpretam como violência obstétrica”, comentou na época.

Violência Obstétrica do País

No Brasil, dados mostram que 25% das mulheres, apesar não de muitas vezes não estarem familiarizadas com o assunto, já sofreram este tipo de violência.

A Organização Mundial da Saúde fez uma lista de violência no parto para que sejam identificados e combatidos nos hospitais e maternidades do mundo. São eles: abuso físico, abuso sexual, preconceito, discriminação, não cumprimento dos padrões profissionais de cuidado, mau relacionamento entre as gestantes e os profissionais, condições ruins do sistema de saúde.

Uma boa alternativa para evitar que isso ocorra é a presença de acompanhantes, assegurada pela Lei 11.108, que existe desde 2005. 

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