O vírus da covid-19, o SARS-CoV-2, sofreu mutação no decorrer do avanço da pandemia no Brasil, tendo seu início diagnosticado em um paciente na Amazônia. A variante P1, assim denominada pelas autoridades da saúde, chegou e se instalou de vez em Mato Grosso do Sul.

Com maior índice de contágio, maior agressividade e sintomas mais fortes do que o comum, a nova cepa é a única presente no Estado, por enquanto. Contudo, cabe destacar que o Brasil encara não só a primeira variante, mas a P2 que já foi diagnosticada em um paciente de Sorocaba, interior de São Paulo.

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) vem alertando rotineiramente para os perigos que a P1 traz para a saúde. Mas o grande apelo acaba recaindo aos jovens de 20 a 49 anos, que estão sendo os principais alvos da variante.

Nos últimos meses, a variante intensificou a mudança no perfil dos pacientes contaminados. Como é possível perceber a cada atualização do boletim epidemiológico apresentado pela secretaria de saúde, os dados apontam para a faixa etária dos 30 a 39 anos como maior presa do vírus.

Jovens entre 20 e 29 anos estão sendo quase 20% da população infectada, enquanto os de 30 a 39 representam quase 24% e os adultos de 40 a 49, começaram a sofrer com a variante e somam também quase 20% dos pacientes que enfrentam leitos de UTI.

A P1 é agressiva e por isso leva os 'mais jovens' a óbitos, como já pôde ser relatado pela secretária-adjunta, Crhistinne Maymone no início do mês de abril. De acordo com a secretária, pacientes sem comorbidades estão morrendo precocemente.

"Hoje nós já temos muitos óbitos com pessoas de 20, 21, 22 e 23 [anos], enfim, pessoas muito jovens com nenhuma comorbidade, com nada relatado e que a variante tem demonstrado a sua gravidade. Pessoas vão a óbito de 3 a 5 dias".

O TopMídiaNews entrou em contato com a SES para detalhar quantos pacientes haviam sido infectados pela variante, mas não obteve retorno.

Casos de reinfecção

Com a agressividade da variante P1, presente no Estado, as pessoas têm ficado mais vulneráveis e encontrando dificuldade de criar anticorpos contra a doença, por isso, Mato Grosso do Sul confirmou novos casos de reinfecção da covid-19.

A informação foi revelada pela secretária-adjunta da SES durante a live do boletim epidemiológico para a apresentação dos dados da covid no Estado.

"Nós já temos casos de reinfecção no Estado. Nós já temos as confirmações das variantes novas e também de casos de reinfecção, assim como o país todo e outros países também".

Primeiro caso foi em Corumbá

A confirmação da chegada da cepa P1 em Mato Grosso do Sul aconteceu no dia 3 de março, através do secretário de saúde, Geraldo Resende. Naquela ocasião, um paciente de 37 anos, morador de Corumbá, veio infectado pela variante que se desenvolveu em Manaus.

"Ele esteve em Manaus, foi internado, ele tem comorbidades, foi comprovado através do estudo de sequenciamento genético que ele é portador da P.1", teria dito o secretário na época.

A nova cepa, que ganhou o nome de P.1, foi flagrada pela primeira vez no dia 10 de janeiro em quatro indivíduos que desembarcaram em Tóquio, no Japão, após uma viagem para o Amazonas.