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há 4 anos

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Herói Mirim: pais dizem que curso para crianças em Campo Grande é golpe e falam em 150 vítimas

Diretor do programa, que também teve problemas em Três Lagoas, rebate e acusa crianças de indisciplina

Pais de crianças que fazem ou fizeram o curso ''Herói Mirim'', em Campo Grande, suspeitam de golpe após graves falhas na prestação dos serviços e dificuldade em sair do programa. O diretor do projeto, Dyone Dias Luzini, diz que tudo está previsto em contrato e o problema maior se dá porque as crianças são indisciplinadas.

Conforme denunciado ao TopMídiaNews, o curso foi oferecido em junho deste ano em escolas públicas e particulares da Capital e Três Lagoas. O projeto se propõe a ensinar, entre outras matérias, disciplina e hierarquia, primeiros socorros e até rapel. Tudo ao custo de R$ 1.300 em 13x vezes no boleto ou R$ 720 no crédito, por um ano de trabalho, a ser feito em salas e quadras alugadas de colégios.

Ocorre que algumas atividades prometidas não foram feitas e, quando foram, tiveram atraso. É o caso de uma farda que foi prometida ao custo de R$ 30, mas na verdade era uma camiseta, que foi entregue bem depois.

''Lá em Manaus, camiseta também se chama farda'', justifica o empresário Luzini. Ele possui diversas ações trabalhistas em Mato Grosso, mas diz que são ''problemas normais'' de empresário.  

Outra promessa era a de que os instrutores do curso seriam bombeiros militares, mas diante de uma suposta proibição do Comando Geral dos Bombeiros em MS, os profissionais foram trocados por bombeiros civis.  

Atividade prática prometida no curso. (Foto: site Herói Mirim)

Conforme uma mãe, a desconfiança começou quando três aulas foram canceladas. Dyone teria alegado que foi proibido pelos Bombeiros de dar o curso, mas ao consultar o dono do colégio, surgiu a informação de ele não havia pago o aluguel da quadra.

''Ele dá um monte de desculpas. No atraso da camiseta, chegou a dizer que a gráfica perdeu a arte para estampa'', contou a denunciante.

Relatos de instrutores dão conta de atraso no pagamento de salários, na Capital e no interior.  Dyone admite dificuldades financeiras, mas atribui à inadimplência dos pais nas mensalidades. Mas o problema maior, diz o empresário, é que as reclamações dos pais sobre o curso são motivadas pelas crianças, que não têm disciplina.

''Os pais não dão disciplina, aí fica difícil. As crianças não gostam das aulas teóricas, já querem as aulas práticas. Só que o curso tem apenas dois meses, não chegou ao final ainda’’, diz Luzini.

Cerca de 150 pais de crianças que participaram ou ainda participam do curso se dizem vítimas e se uniram para discutir o que pode ser feito para recuperar o prejuízo. Alguns tentam sair, mas Dyone não aceita e cobra multa pelo rompimento do contrato.

O empresário diz que não devolve o dinheiro. Como solução para o desligamento, ele sugere que a pessoa passe o crédito para outra pessoa interessada e depois receba dela.

Estranho

Sobre Três Lagoas, onde também há denúncias de pais sobre o projeto, Dyone dá uma versão diferente. Sem entrar em detalhes, ele disse que decidiu encerrar as atividades porque ''uma pessoa da cidade'' teria se colocado contra o projeto e ele resolveu sair. Em outra ocasião, disse que os pais é que desistiram e cancelou as matrículas.

Reginaldo Meira Fernandes, 36 anos, mora em Três Lagoas e conta que sentiu uma imensa frustração ao ver o filho chegar todo empolgado no projeto e não e não ter nada.

''Foram duas aulas apenas, não teve mais porque ele [Dyone] não pagou os instrutores. Depois disso não teve mais nada, isso é um estelionato'', lamentou. Reginaldo acrescenta que cerca de 100 pais na cidade caíram no golpe.

O Procon teria chamado Dyone para uma audiência, mas o empresário não compareceu.

Resposta

O Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul se limitou a dizer que não tem nenhuma ligação com o projeto citado.

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