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Cidades

02/07/2020 17:16

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Pioneiro, estudo da Cassems mede custos da violência contra mulheres ao plano de saúde

Análise foi feita em parceria com a OPAS e ONU Mulheres

A Cassems concluiu estudo que avalia custos da violência contra a mulher no plano de saúde, o “Mulheres têm valor, violência tem custo”. Os dados foram obtidos em parceria com a ONU Mulheres, a Organização Pan-Americana para as Mulheres, a OPAS e a Xaraés Consultoria e Projetos. O projeto foi entregue em 24 de junho. 

Conforme a assessoria da Caixas, a iniciativa é pioneira no Brasil e no mundo e foi desenvolvido entre agosto de 2018 e março de 2019. 

Jucli Stefanello, diretora de Clientes da Cassems e coordenadora do projeto na operadora, salienta que na cartela de beneficiários da Caixa dos Servidores, a maioria são mulheres.

''Com essa pesquisa inédita, podemos auxiliar as famílias em situação de violência. Nosso estado é muito grande e temos servidoras públicas em todas as cidades, então, essa articulação é fundamental. Neste momento, estamos entregando o relatório final e, então, realizaremos ações a partir desses estudos, em parceria com outras instituições, para beneficiar as mulheres de Mato Grosso do Sul”, destacou. 

De acordo com Maria Auxiliadora Budib, diretora de Assistência à Saúde da Cassems, a função do plano de saúde neste projeto é colaborar para o diagnóstico e trabalhar uma linha de informação e cuidados que beneficie às mulheres. “Sendo uma pesquisa inédita, ela torna-se uma responsabilidade enorme, é um momento muito especial para a nossa empresa. Há muito a trabalhar para que a equidade de gênero aconteça. O nosso objetivo é humanizar, mostrar os dados e acompanhar os resultados”. 

Para a metodologia da pesquisa sobre os custos da violência contra a mulher para a Cassems, foram levantados dados à partir dos bancos de informações existentes no plano de saúde, como o sistema de cadastro de clientes, e-Autorizador, AG-Saúde e Sistema MV. Em setembro de 2018, gerentes da Caixa dos Servidores na capital e no interior do estado participaram de uma reunião, onde eles foram chamados para contribuir com o projeto e com o debate da operacionalização para o acesso às situações de violência.

A presidente da Xaraés Consultoria de Projetos e especialista em violência contra a mulher, Aparecida Gonçalves, contribuiu para a condução da pesquisa e fala sobre a importância dos diagnósticos da desigualdade de gênero. 

Na coleta de dados para o desenvolvimento da pesquisa, percebeu-se que, nos registros médicos de mulheres vítimas de violência doméstica, havia informações de diagnósticos sobre a lesão e o tratamento, mas não as circunstâncias relacionadas à lesão. É possível notar, ainda, que a violência física e sexual acarreta mais problemas à saúde e possuem custos mais elevados nos sistemas de assistência à saúde, mas ainda há outras tipificações de violência que seguem sem registros.

Para Heloisa Castro Belo, coordenadora da pesquisa pela OPAS, não há, no mundo, projetos nesse nível. “Entendemos que a Cassems tem projetos muito inovadores e, desde o início, ela se colocou aberta para essa pesquisa. Fizemos análise dos prontuários do plano de saúde, com o sigilo sendo respeitado. Queremos fazer o encaminhamento dessas mulheres vítimas de violência da melhor forma possível”.

Desde 2016, todas as unidades hospitalares da Cassems passaram a utilizar o sistema MV, o que facilitou o acesso aos prontuários de mulheres em situação de violência na rede própria do plano de saúde. Ainda, foram estudados cinco casos de prontuários de beneficiárias que passaram por episódios de abuso físico, para embasar as pesquisas.  

A assistente social Estela Scandola, especialista em violência contra a mulher, explica que muitas mulheres em situação de violência não denunciam pela falta de orientação e, a Caixa dos Servidores, com esse projeto, dá um passo em direção ao enfrentamento da violência. “A importância dessa pesquisa é colocar em evidência o papel do plano de saúde no combate à violência contra a mulher e, no caso da Cassems, o atendimento dessas mulheres”. 

Com a conclusão da pesquisa, foi perceptível que a violência contra a mulher não traz custos somente para os planos de saúde, mas a sociedade em geral é impactada negativamente com esse fenômeno. Como por exemplo, os abusos de gênero no trabalho oneram em custos diretos, como efeitos colaterais de acidentes, enfermidades, invalidez e ou morte, absenteísmo e rotatividade de funcionários. 

Há também custos indiretos, como o menor desempenho no trabalho, menor qualidade dos produtos ou do serviço e produção mais lenta, além da diminuição da competitividade. Ainda, há custos mais intangíveis, como os danos à imagem de uma organização, menor motivação e moral mais baixa, menor lealdade para com a organização, níveis mais baixos de criatividade e um ambiente menos condutivo ao trabalho.

A partir do desenvolvimento do trabalho, pôde-se concluir, também, que a violência contra a mulher não onera somente à vítima, mas aos diferentes grupos sociais com os quais ela interage, podendo, inclusive, gerar medo em outras mulheres. Os ambientes violentos também criam crianças que naturalizam a violência.

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