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Cidades

'Repetiremos Manaus': infectologista critica movimento contra decreto em MS

Julio Croda defende que organizadores de ato deveriam responder por crime contra a saúde pública

12 março 2021 - 11h00Por Vinicius Costa

"Repetiremos Manaus com o mesmo roteiro". Foi dessa forma que o infectologista da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), Julio Croda, criticou, nesta sexta-feira (12), o movimento organizado pelos empresários que são contra as restrições ao comércio diante o avanço da covid-19, estabelecido pelo decreto do Governo de Mato Grosso do Sul.

Na visão do especialista, os responsáveis por organizar a manifestação "deveriam responder por crime contra a saúde pública".

Croda lembra Manaus, que enfrentou superlotação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva), falta de oxigênio e manteve as atividades normalizadas por um período, antes de entrar na espécie de lockdown.

O infectologista ainda questiona o porquê do informe, que está sendo divulgado nas redes sociais, não mostrar quem estaria "financiando esse tipo de evento".

"As mortes por COVID-19 serão normalizadas. A culpa não é do gestor que não abriu leitos infinitos de UTI. A culpa é da sociedade que sabe que não tem leitos nem no setor privado e continua negando a gravidade da situação", enfatizou em uma publicação na sua rede social.

Manifestação

Empresários estariam preparando uma manifestação em frente a Prefeitura de Campo Grande no início da tarde desta sexta, às 14 horas.

No informe que está sendo amplamente divulgado nas redes sociais, o movimento critica a restrição aos comércios, que precisariam fechar às 16h de sábado e não funcionar no domingo.

"Trabalho essencial é aquele que coloca pão na mesa de cada um", dizem. Na imagem, a hashtag #decretonao é utilizado pelos empresários.

Medidas mais rígidas

O governo de Mato Grosso do Sul publicou um novo decreto na última quarta estabelecendo novas medidas para conter o avanço da covid-19, que bateu recordes de pacientes internados e aumentou o número de mortes.

Segundo o documento, o toque de recolher passa a vigorar, a partir do próximo domingo, das 20h às 5h da manhã, e, nos finais de semana, as atividades consideradas não essenciais podem funcionar das 5h até às 16h.

Para conferir mais detalhes do decreto, clique aqui.