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Cidades

27/03/2019 15:00

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Petrobras tenta amenizar crise, mas é insuficiente; caminhoneiros em MS ameaçam greve

Um sindicato acredita que a probabilidade de paralisação é de 100%; outro diz que ainda avalia, mas não descarta a possibilidade

Dois sindicatos que representam caminhoneiros em Mato Grosso do Sul avaliaram como ineficazes duas medidas da Petrobras, anunciadas nesta terça-feira (26). A primeira cria um cartão que possibilita comprar diesel a preço fixo na rede Petrobras e outra que estipula intervalo mínimo de 15 dias para reajuste do combustível.

Osni Carlos Belinatti é presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de MS, e diz que a medida não beneficia os profissionais do volante.

''Fizeram isso para melhorar a qualidade só das empresas'', explicou Belinatti. Para o dirigente, a medida da Petrobras sobre o intervalo nos reajustes do diesel não afeta o caminhoneiro autônomo.

''O autônomo vai comprar como? Se mau tem dinheiro para sobreviver. Ele não tem cinco mil reais para comprar mil litros, só empresa tem'', criticou Belinatti.

Para Osni, que diz representar 19 mil profissionais no Estado, a solução está no governo fazer cumprir uma tabela de frete, que segundo ele, está pior do que 2018, ano em que ocorreu a paralisação dos caminhoneiros em todo o país.

Roberto Sinai, que preside o Sindicato dos Caminhoneiros de Mato Grosso do Sul, concorda com Belinatti sobre a ineficácia das medidas da Petrobras.

''Esse cartão só obriga a gente a gastar na rede deles. É mais uma operação 'H'", critica Sinai. Ele explica que em quase todos os países do mundo, o litro do diesel custa 50 centavos de dólar, enquanto no Brasil o valor é 1 dólar.

''Fornecedor nenhum de carga consegue atualizar o frete em 15 dias. O caminhoneiro está sempre perdendo'', aponta Sinai.

A solução, diz Roberto, seria retomar à política antiga de ajustar o preço do combustível a cada 90 dias para que o profissional possa se adequar.

Paralisação

Para Osni Belinatti, a possibilidade de uma nova paralisação dos caminhoneiros é de 100%. Ele destaca que a posição do sindicato é contra 'greve', mas que não pode impedir os trabalhadores de cruzarem os braços.

Ainda conforme o dirigente, se houver paralisação, ele pede para que os profissionais não saiam às ruas com os caminhões.

''Isso é perigoso, gera um estresse. Fiquem em casa, deem amor as suas mulheres'', sugeriu o sindicalista.

Para Roberto Sinai, o momento não é para greve, já que o setor amarga o peso dos tributos de começo de ano e ''tem tanta coisa para pagar que não dá para pensar em parar''.

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