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14/08/2022 09:30

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E mãe que também foi pai, vale? Lúcia e Cleuza têm muito a ensinar sobre o dia

Guerreiras de Campo Grande se desdobraram com a ausência da figura paterna, mas venceram

  • Lucia e Cleuza venceram a batalha da vida
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  • Lucia e Cleuza venceram a batalha da vida

As histórias de Lúcia Maria de Souza e Maria Cleuza Salazar se confundem com a de milhares de mulheres em Campo Grande. Em comum, o fato de terem sido mães e pais ao mesmo tempo, as ''Pães'', como são carinhosamente chamadas. Apesar das inseguranças e dureza financeira vividas, elas venceram. 

Em ambos os casos, a década era de 1980, onde o machismo ainda era uma política de estado. À época, o sonho (ou obrigação) de toda mulher era ostentar o status de casada e viver ''felizes para sempre, até que a morte os separe''. 

Mas para a professora aposentada Lúcia e para a diarista Cleuza, a história foi bem diferente. Os maridos foram embora e coube-lhes a dura tarefa de proverem, sozinhas, uma responsabilidade de dois. 

A professora, hoje com 73 anos, ficou com dois filhos (Thiago, de 4 anos e Joanna, com seis). Cleuza com três (Mikelly, de um ano e oito meses, e grávida de oito meses de Maycon. O terceiro, Marlon, veio tempos depois, em outro relacionamento). 

Lúcia dava aulas em duas escolas para sustentar os pequenos e ainda corrigia provas aos finais de semana. Uma casinha de vila, alugada no centro da Capital, pesava no orçamento, bancado com um baixo salário. Nos anos 80 e 90, tudo era caro e Auxílio Brasil sequer existia. Na hora do aperto, a família ajudava. 

Mesmo com a ajuda de terceiros, o fardo era pesado. O pai sequer telefonava e educar e lidar com questionamentos das crianças exigia muito equilíbrio emocional. A professora lembra que o julgamento vinha das próprias mulheres. 

''Mas por que você se separou? Você foi boba de se separar'', diziam as ''amigas''.  

''Muitas vezes pensava em desistir, mas o amor aos filhos era maior'', refletiu a professora. O orgulho dela hoje é ver os filhos encaminhados, casados e dedicados aos netos e à família. 

''Sempre prometi para meus filhos, 'dias melhores virão'', lembrou Lúcia. A tão sonhada casa popular veio em 2003, assim como uma ótima aposentadoria. 

Cleuza (centro) orgulhosa ao lado dos filhos. (Foto: arquivo pessoal)

Cleuza

A diarista se viu sozinha aos 19 anos, quando tinha uma menina de um ano e oito meses e grávida de oito meses. Com a cara e a coragem, morou de aluguel nas Moreninhas, sem nem saber o que era pensão alimentícia. O jeito foi trabalhar na feira, até ter o bebê, que ficava aos cuidados da irmã.

''Não foi fácil... ou comia ou pagava o aluguel'', lembrou a diarista. As coisas melhoraram um pouco quando conseguiu uma casa popular no José Abrão, já em novo relacionamento. 

''Nunca abandonei nenhum filho... deixei de comer para dar a eles e todos estudaram'', diz hoje orgulhosa pelo esforço de uma vida inteira. 

Outro sentimento uniu as duas ''mães solteiras'': a fé em Deus.

''Sem fé não vai. Foi muita garra, suor e lágrimas, para nunca abandonar os filhos'', refletiu Cleuza, hoje com 54 anos.  A vida também uniu dois dos filhos delas. Thiago e Mikelly estão casados há dez anos. 

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