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há 5 anos

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Antigo funcionário da Vale avisou chefes que barragem de Brumadinho estava condenada

Vale alegou que não poderia tirar todo mundo, porque tinha "muita gente envolvida e empregos", além disso uma empresa especializada iria consertar a barragem

Sete meses antes da tragédia em Brumadinho, um dos mais antigos funcionários da Mina do Córrego do Feijão, havia dito à direção que a barragem "estava condenada e não tinha mais conserto". Olavo Henrique Coelho, que trabalhava há 16 anos na Vale e há 35 anos na mina, foi um dos mortos na tragédia. O relato do filho dele, Luciano Coelho, integra a decisão do juiz Rodrigo Chaves, que de terminou a prisão de oito funcionários da Vale nesta sexta-feira.

Luciano contou ao Ministério Público, que seu pai não tinha estudo, mas tinha experiência prática em barragem. Sete ou oito meses antes da tragédia de Brumadinho, Coelho havia sido chamado por três responsáveis pela mina porque, segundo ele, estava brotando lama da barragem. Ainda segundo Luciano, o pai foi ver o que estava acontecendo e disse aos gerentes que era para tirar "o pessoal todo do Córrego do Feijão", porque a barragem "estava condenada e não tinha mais conserto".

Os chefes teriam dito ao antigo funcionário que não poderiam tirar todo mundo, porque tinha "muita gente envolvida e empregos", e que iriam contratar uma empresa especializada, de urgência, para consertar a barragem. Luciano disse que, depois disso, seu pai lhe chamou e disse: "Filho, você que trabalha próximo à barragem, não fica em parte baixa não. Caso ocorra algum barulho, corra porque qualquer hora aquilo lá vai romper".

Ao determinar a prisão, o juiz Rodrigo Chaves afirmou em despacho que, de acordo com os depoimentos já coletados na investigação, todos os oito funcionários da Vale tinham conhecimento da situação precária da barragem desde o primeiro semestre de 2018. Segundo o juiz, esses funcionários da Vale assumiram o risco de não acionar o plano de emergência e realizar a evacuação da área. A barragem se rompeu no dia 25 de janeiro, deixando pelo menos 166 mortos já identificados até agora.

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