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Bebê que morreu em creche improvisada sofreu asfixia

Creche tinha apenas um berço e bebês ficavam em sacos sem espaço para movimentos dos braços

04 janeiro 2022 - 14h34Por Diana Christie

Bebê de 6 meses que morreu em creche irregular, em outubro de 2011, sofreu asfixia de causa indeterminada. Esse é o resultado de perícia realizada pelo IML (Instituto Médico-Legal) da Polícia Civil.

O caso aconteceu em Planaltina, no Distrito Federal. Amariah Noleto deu entrada no Hospital Regional 10 minutos depois de receber manobras para desengasgo – que não deram certo. A bebê chegou ao centro médico em parada cardiorrespiratória, com palidez acentuada e sem pulso.

De acordo com o laudo obtido pelo jornal Metrópoles, a criança tinha secreção mucosa ou serosa nas narinas; edema dos pulmões; sangue líquido no coração; bexiga vazia e edema cerebral. Não há sinais de machucados.

O exame não conseguiu identificar indícios da causa da asfixia, “tais como intoxicações exógenas, broncoaspiração, alterações cardíacas macro e microscópicas ou outras doenças”. Assim, mal súbito não foi totalmente descartado.

O laudo aponta que a asfixia pode ter ocorrido por sufocação direta, considerando que a criança foi encontrada de bruços, com nariz e boca obstruídos. O texto pericial indica que o colchão, o travesseiro ou até mesmo um “pano que cobria a cabeça da criança” pode ter causado a morte.

“Quando a superfície contra a qual a face é pressionada é de consistência mole, macia, não existem vestígios específicos que possam ser encontrados na necropsia. No caso em questão, pode ter sido por tempo prolongado, já que, pelos relatos, Amariah teria ficado todo o período da tarde no quarto sem supervisão”, diz o laudo.

O caso

O pai de Amariah foi à creche para buscar a menina, por volta de 16h50, no dia 20 de outubro. A criança, que supostamente teria se engasgado enquanto era alimentada, já havia sido levada por funcionários do estabelecimento à unidade de saúde.

A Creche da Tia Cleidinha, localizada na Vila Buritis, em Planaltina, abrigava cerca de 40 crianças, mas tinha apenas um berço para todas elas. O estabelecimento cobrava dos pais R$ 300 por mês para que os pequenos ficassem lá em tempo integral.

Os bebês eram colocados em sacos de dormir sem aberturas, o que impedia a movimentação dos braços. O quarto ainda era trancado.