A vice-governadora, Professora Rose Modesto, foi à Escola Estadual Aracy Eudociak, no bairro Jardim Tijuca, na capital, para conhecer a reforma realizada por detentos do regime semiaberto, por meio do programa “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”. Rose enalteceu a iniciativa que já reformou mais de 10% das escolas e economizou cerca de R$ 5 milhões para os cofres públicos. A visita ocorreu juntamente com o juiz Albino Coimbra Neto, idealizador do programa que já chegou a nove escolas.
 
A vice-governadora se emocionou, considerando que já foi professora na unidade escolar e para ela a reforma se fazia necessária e urgente. Além disso, o programa com os presos já é uma unanimidade em eficiência e ressocialização, pois se tornou referência para outros Estados da Federação. 
 
Observou que a responsabilidade social do magistrado, juiz Albino Coimbra, foi muito além das obrigações jurisdicionais, ao decidir pensar no outro, passando a transformar vidas. “A função de juiz não seria pensar em Políticas Públicas – esta é uma função dos governos, mas ele foi além. Nesta vida, se nós não formos além, não conseguimos transformar, primeiro a nós mesmos, depois as outras pessoas, como os alunos, os professores e os próprios detentos”, disse.
 
Aos 22 detentos que trabalham na obra, a Rose enfatizou que todos podem errar, mas se tiverem a oportunidade de se redimir, por voltar a sonhar. “Às vezes, o próprio sistema não dimensiona o quanto é importante o que está acontecendo aqui nesta escola e já aconteceu em outras”, concluiu a vice-governadora.
 
Obra – A reforma e revitalização da Escola Estadual no Bairro Tijuca começou em meados de novembro deste ano, com o trabalho de 22 detentos do presídio agroindustrial da Gameleira, e tem investimentos de R$ 372 mil – todo o valor pago com o dinheiro descontado do salário dos presos que trabalham dentro e fora do presídio.

A escola terá suas instalações elétricas e hidráulicas refeitas, a cozinha readaptada, a acessibilidade garantida, o forro das 11 salas de aula trocados, além de uma nova minibiblioteca para os alunos, tudo com grande economia para o Estado. O término dos trabalhos de reforma e revitalização da Escola Estadual Aracy Eudociak está previsto para o começo do ano de 2018.

Conheça – O programa “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”, idealizado pelo juiz Albino Coimbra Neto, consiste em utilizar a mão de obra de presos do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira para realizar reformas em escolas estaduais por meio de uma parceria entre o Tribunal de Justiça de MS, a Secretaria Estadual de Educação e a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen). Os materiais de construção necessários para as obras são adquiridos com um fundo formado pelo desconto de 10% do salário de cada preso da Capital que trabalha no convênio.

O programa é conduzido, atualmente, pelo juiz da 2ª Vara de Execução Penal, Mário José Esbalqueiro, e conta com o apoio do Conselho Comunitário de Campo Grande, órgão que funciona como gestor desta mão de obra, sendo fundamental para o sucesso do programa.

O programa já proporcionou a revitalização de oito escolas estaduais da Capital e uma economia para os cofres públicos estimada em aproximadamente R$ 5 milhões. Somente na última instituição de ensino entregue, a Escola Estadual Alice Nunes Zampiere, na Vila Almeida, a economia foi de R$ 832 mil.
De acordo com a diretora da Escola Aracy Eudociak, Gisele Maria Bacanelli, ser contemplada pelo programa é uma grande oportunidade. “A escola tem 31 anos e nunca passou por uma reforma geral. Eu trabalho há 17 anos aqui, tendo sido 15 anos como professora. Quando a gente trabalha no mesmo lugar por tanto tempo, acaba se sentindo parte dele. Então, ver a escola sendo reformada é, com certeza, a realização de um sonho, não só meu, como de toda a comunidade”.

Certificação – Os trabalhadores desta obra, na Escola Estadual Aracy Eudociak, além de terem a oportunidade de trabalharem e remir sua pena, estão recebendo um curso, promovido pelo Senai, nos oficios de pedreiro, eletricista e pintor. A oportunidade reforça o processo de ressocialização dos presos que, em breve, estarão reinseridos na sociedade com uma nova profissão, preparados para uma nova vida.