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20/01/2021 13:20

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Epidemiologista alertou sobre pandemia, mas perdeu o pai que 'acreditava no WhatsApp'

Maria Cristina afirmou que pai achava que cloroquina funcionaria contra a covid-19

A epidemiologista Maria Cristina alertou sobre a possível explosão de casos da covid-19 em Santa Catarina no mês de agosto, mas seu alerta não foi suficiente para impedir a perda do pai, que morreu por complicações da doença.

Muito atuante e com mestrado e experiência em epidemiologia, a profissional foi referência nos telejornais para explicar os efeitos da pandemia, que começou no início do ano no país. Porém, em agosto do ano passado, a doença superou seus alerta.

No dia 10 de agosto, a epidemiologista esteve presente em uma reportagem que foi transmitida no Jornal Hoje, da Rede Globo, onde explicava sobre o avanço da doença em Santa Catarina. Entretanto, no dia seguinte, seu pai Cesar Willemann, de 65 anos, contraiu a doença, foi internado em estado grave, mas não resistiu vindo a falecer dias seguintes.

Maria Cristina alertava constantemente o pai sobre os riscos da covid-19. Mas segundo ela, em entrevista à BBC News Brasil, o familiar contraiu a doença por não seguir as recomendações sanitárias dadas pela própria filha.

"É muito frustrante saber que estou desde o começo da pandemia trabalhando para evitar o adoecimento das pessoas, mas não consegui convencer o meu próprio pai a seguir as medidas adequadas. É um misto de frustração e raiva".

Um dos motivos para que ele não tenha seguido a risca os orientações da filha foi as notícias negacionistas, que segundo Maria, foram compartilhadas massivamente pelo WhatsApp e ajudaram o pai a duvidar dos riscos do coronavírus.

"Acho que muitas pessoas morrem por pensar, como o meu pai, que não vai acontecer com elas. Essas pessoas podem pensar que estão protegidas de alguma forma, acreditam que algum tratamento funciona ou pensam que há uma imunidade de rebanho que irá protegê-las", disse a epidemiologista.

César acreditava que a cloroquina, muito defendida pelo presidente Jair Bolsonaro e também pelo Ministério da Saúde, ajudaria no tratamento da covid-19. Porém, por diversas vezes, a filha alertou que estudos comprovaram que o medicamento não ajuda pacientes com o coronavírus e que as entidades médicas não recomendavam o uso contra a covid.

"Por mais que eu falasse tudo pelos critérios científicos, ele preferia acreditar nas conversas dos amigos, nas mensagens de WhatsApp. Ele recebia as informações falsas, como sobre a cloroquina, pelo WhatsApp, que era o meio de comunicação que ele mais usava. Por mais que dissessem na televisão que não tinha evidência científica sobre a cloroquina, ele preferia acreditar no WhatsApp", lamentou.

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