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Filha de homem morto no regime militar processa Regina Duarte: 'Debochou da tortura'

Fala polêmica da ex-secretária foi dada à CNN Brasil

22 junho 2020 - 16h35Por Thiago de Souza

A jornalista Lygia Jobim, filha de um homem que morreu durante o regime militar, processou a ex-secretária Especial de Cultura, Regina Duarte, alegando que ela defendeu as mortes e torturas. 

Conforme o Metrópoles, o caso começou quando Regina deu entrevista à CNN Brasil e foi perguntada sobre o que achava do Regime Militar. 

''Sempre houve tortura, não quero arrastar um cemitério. Mas a humanidade não para de morrer, se você falar de vida, de um lado tem morte. Por que olhar para trás? Não vive quem fica arrastando cordéis de caixões, acho que tem uma morbidez neste momento. A Covid está trazendo uma morbidez insuportável, não tá legal'', disse, Regina, ao veículo.

Na mesma entrevista, Regina Duarte não quis comentar as falas do presidente Bolsonaro, que é apoiador do regime militar. 

''Agora por que eu estou apoiando o governo Bolsonaro? Porque eu acredito que ele era e continua sendo a melhor opção para o país. E aí você diz assim ‘Ah mas ele fez isso, ele fez aquilo’, eu não quero ficar olhando para trás, se eu ficar olhando para o retrovisor, eu vou dar trombada'', respondeu à CNN Brasil. 

Ainda na ocasião, a ex-secretária cantou a marchinha “Pra frente Brasil”, usada durante a copa de 1970 e que se tornou símbolo propagandista do governo militar. Semanas depois, Duarte negou que a música tenha tido qualquer relação com apoio ao regime militar. 

Em entrevista à CNN, Lygia disse que se sentiu ''ofendida'' pela fala de Regina e que a ex-secretária tentou ''minimizar as torturas'' com ” com menosprezo e deboche''.

''Não estou ingressando essa ação civil apenas por mim, mas por todas as famílias das vítimas do regime militar. Eu me senti absolutamente indignada e ofendida, ao assistir as declarações de Regina Duarte. Eu não conseguia acreditar que tantos absurdos estavam sendo ditos por uma secretária de Cultura, cujo cargo deveria zelar pelo direito à memória e à verdade deste país. A falta de empatia dela com as vítimas da ditadura e com as do coronavírus é lamentável. Em determinados momentos, ela minimiza as torturas, age com menosprezo e deboche'', detalhou Lygia.