O candidato do PT à Presidência da República, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (26/10) que a política de segurança defendida pelo seu adversário, Jair Bolsonaro, é um “salve-se quem puder”.
Em entrevista à Rádio Globo do Mato Grosso do Sul, Haddad criticou a flexibilização do Estatuto do Desarmamento, bandeira defendida por Bolsonaro e falou sobre sua intenção de fortalecer a Polícia Federal (PF).
“A ideia dele é privatizar a segurança pública. É um salve-se quem puder. Ou seja, você se arma e você se defende”, disse o petista.
“Você imagina o que vai acontecer no transito das grandes cidades? Você pode imaginar o que vai acontece entre vizinhos que não se entendem? Entre marido e mulher? A gente sabe de uma série de problemas que vão se agravar se nós armarmos a população. Isso vai ser uma temeridade. No mundo inteiro, a proposta do meu adversário deu errado”, disse o petista.
Ao falar sobre sua proposta de segurança, o petista apontou como prioridade o fortalecimento da Polícia Federal, inclusive para fortalecer a segurança na fronteira. “A nossa proposta e inteligência é dobrar o efetivo da Polícia Federal e fazê-la assumir certas responsabilidades que hoje não são dela. A questão de fronteira deve ser fortalecida com a polícia federal”.
Quanto ao combate ao crime organizado, Haddad voltou a afirmar que sua intenção é federalizar as investigações.
“O crime organizado se nacionalizou. Hoje as facções criminosas atuam nacionalmente. Elas não são facções locais. O crime organizado em São Paulo, hoje, é o mesmo no Ceará. São as mesmas facções que estão em um e em outro estado. Por isso que precisa de uma polícia nacional que enfrente o crime organizado. Essa políicia é a PF. Hoje ela não tem contingente para atuar, não tem efetivo. Então, vamos dobrar o efetivo da PF equipá-la”, prometeu o petista.
Fronteira
Haddad ainda voltou a afirmar que vai antecipar em 10 anos a entrega do sistema de segurança de fronteiras, hoje na mão do Exercito. A ideia é passar o sistema para a gestão da PF e entregá-lo em 2025.
“O Bolsonaro apoiou uma medida do governo Temer desastrosa que foi o adiamento do Sisfron para 2035. Isso está causando um enorme prejuízo para os estados que tem fronteira com outros países. porque é por aí que passa o contrabando. Quando o contrabando passar estado deixa de arrecadar. Adiar para 2035 foi um equivoco. Pretedemos adiantar em 10 anos a entrega”, disse o petista.