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12/09/2020 12:48

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Justiça diz que 'subserviência' de Crivella a Rafael Alves era 'assustadora'

Promotores falam que irmão de ex-presidente da RioTur e Crivella eram protagonistas de esquema de corrupção. Empresário 'refuta' acusações e o prefeito disse que 'estranhou a operação de busca e apreensão'

A decisão judicial que autorizou Operação Hades nesta quinta-feira (10) afirma que por trás de atos do prefeito Marcelo Crivella na Prefeitura do Rio está Rafael Ferreira Alves, que não tem cargo na administração municipal. Promotores afirmam que Rafael e Crivella têm papel de protagonismo em um esquema de corrupção na Prefeitura do Rio.

Segundo o G1, Rafael é irmão do ex-presidente da Riotur, Marcelo Alves, e o teria indicado para o cargo. Elementos da investigação mostram que o poder de Rafael Alves vai muito além do setor de turismo.

Alves não tem cargo em nenhum órgão ligado à prefeitura do Rio. Ele também não é funcionário terceirizado, mas investigações do Ministério Público revelam que ele "manda muito".

Rafael é o dono do celular para qual o prefeito supostamente ligou durante uma operação da polícia, no dia 10 de março, mas a ligação foi atendida por um delegado, segundo mostrou reportagem exclusiva foi do RJ2 desta sexta-feira (11). O prefeito do Rio foi alvo de buscas e teve o celular apreendido em investigação nesta quinta-feira (10).

No despacho da desembargadora Rosa Helena Guita, que determinou a operação desta quinta, uma frase traduz o poder de Rafael Alves sobre o prefeito Crivella:

"A subserviência do prefeito a Rafael Alves é assustadora".

Ligação de Crivella durante operação

Há seis meses, o Ministério Público estadual e a Polícia Civil realizavam a primeira fase da Operação Hades. Na casa de Rafael Alves celulares foram apreendidos. Um deles tocou, nas mãos do delegado Clemente Braune, que atendeu a chamada. Em um documento, o delegado reproduziu as palavras de Crivella.

"Alô, bom dia, Rafael. Está tendo uma busca e apreensão na Riotur? Você está sabendo?"

E o delegado responde:

- Sim, estou ciente. É uma investigação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro.

O delegado disse que ao perceber que não era Rafael Alves, o prefeito encerrou a chamada imediatamente.

Segundo a decisão judicial, que determinou a operação desta quinta-feira, na análise do conteúdo dos telefones celulares de Rafael apurou-se que o prefeito figura como um de seus mais frequentes interlocutores.

 

Quase 2 mil mensagens trocadas

Num dos aparelhos telefônicos apreendidos em março havia 1.949 mensagens trocadas entre eles, muitas delas contendo linguagem cifrada, deixando transparecer que seu conteúdo não poderia ser tratado por meios de comunicação convencionais.

Dinheiro em espécie

No documento, há reproduções também de conversas entre Rafael e o doleiro Sérgio Mizrhaiz, delator do esquema. Em uma conversa, Rafael avisa que precisa passar no Península: “na casa do chefe pra deixar um lance lá”.

O lance ao qual Rafael se refere, segundo o MP, é dinheiro em espécie. Península é o condomínio onde mora o prefeito.

De acordo com a investigação, certa vez, Rafael Alves reclamou diretamente com Sergio Mizrah sobre a demora pelo recebimento de uma quantia e, por mensagem, falou: “Aquela situação seria um “vacilo” e que era “parada” para o zero um”, em expressa alusão ao atual prefeito.

Crise entre Rafael e Crivella

O documento do MP também registra crises na relação entre Crivella e Rafael Alves. Rafael usa com Crivella termos como: “covardia”, “falta de palavra comigo eu não vou aceitar”. E se irrita com a possibilidade de o irmão deixar a presidência da Riotur, o que aconteceu depois da primeira fase da operação.

O que dizem os citados

A defesa de Rafael Alves informou que ele refuta as acusações. E disse que tenta, há mais de nove meses, prestar esclarecimentos ao Ministério Público, mas não teve essa oportunidade.

O prefeito Marcelo Crivella voltou a afirmar que já havia colocado à disposição os sigilos bancário, telefônico e fiscal, que estranhou a operação de busca e apreensão, considerando que estamos em período eleitoral, que a ação é injustificada, e que ele não é réu nesta ou em qualquer outra ação.

 

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